ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-5-2006.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 1208 e 1209/06 (Processos nos 2894 e 2895/06, respectivamente) e os Pedidos de Informação nos 125, 126 e 135/06 (Processos nos 2596, 2625 e 2896/06, respectivamente); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 010/06 (Processo nº 2495/06); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 1151, 1152, 1153, 1154, 1155, 1156, 1157, 1158, 1159, 1160, 1161, 1162, 1163, 1164, 1180, 1181, 1182, 1183, 1184, 1185, 1186, 1187, 1188, 1189, 1190, 1191, 1192, 1193 e 1194/06 (Processos nos 2755, 2756, 2760, 2761, 2762, 2763, 2764, 2765, 2766, 2767, 2769, 2771, 2772, 2773, 2844, 2845, 2846, 2848, 2849, 2850, 2851, 2852, 2853, 2854, 2855, 2856, 2857, 2858 e 2859/06, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos 101 e 102/06 (Processos nos 2601 e 2602/06, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1205, 1212, 1213, 1214 e 1215/06 (Processos nos 2887, 2904, 2905, 2906 e 2907/06, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 099/06 (Processo nº 2467/06); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 1216, 1217 e 1261/06 (Processos nos 2911, 2912 e 2988/06, respectivamente); pelo Vereador Raul Carrion, o Pedido de Providência nº 1048/06 (Processo nº 2614/06). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05 (Processo nº 2166/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10124982, 10125134, 10125235 e 10125258/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima Oitava, Vigésima Nona, Trigésima, Trigésima Primeira e Trigésima Segunda Sessões Ordinárias e da Décima Quarta Sessão Solene. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que, por iniciativa da presidência desta Casa, juntamente com os gabinetes dos Vereadores Adeli Sell, Professor Garcia e da Vereadora Sofia Cavedon, este Legislativo participará do Dia do Desafio – Driblando a Inatividade, organizado pelo Serviço Social do Comércio – SESC –, promovendo atividade física leve neste Plenário, às quatorze horas do dia trinta e um de maio do corrente, quando também será lançada a proposta de criação do Setor de Lazer e Recreação da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor João Brito Soares, conselheiro da Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, que replicou críticas formuladas pelo Vereador Adeli Sell ao funcionamento e aos integrantes dos Conselhos Tutelares, requerendo providências da Comissão de Ética desta Casa sobre o assunto. Ainda, respondeu a questionamentos relativos às atividades desempenhadas pelos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, destacando as dificuldades impostas a esses órgãos, em decorrência da falta de recursos humanos e financeiros. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Professor Garcia, Sebastião Melo, Cassiá Carpes, João Antonio Dib, Raul Carrion, José Ismael Heinen, Claudio Sebenelo, Ervino Besson e Maria Celeste manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib procedeu à leitura de Ofício enviado pelo Cônsul-Geral da Itália, informando que Sua Excelência recebeu a condecoração “Cavalieri al Merito della Repubblica Italiana”. Também, desaprovou a absolvição, pela Câmara dos Deputados, de Parlamentares acusados de corrupção, referindo-se à crônica do Jornalista Armando Burd sobre o assunto e analisando a possível influência dessas decisões no resultado das eleições deste ano. Em continuidade, foi apregoado o Ofício nº 403/06 (Processo nº 3023/06), de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município das dezoito horas do dia trinta às dezessete horas e trinta minutos do dia trinta e um de maio do corrente, quando participará do III Encontro de Autoridades Municipais participantes de Programas de Visita e Informação na Alemanha, a ser realizado em São Paulo – SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen, defendendo a criação de cooperativas habitacionais, discorreu acerca da demora para que a população tenha acesso a financiamento para a compra de imóveis residenciais, ressaltando que verbas federais, estaduais e municipais podem ser destinadas para essa finalidade. Também, registrou os aniversários, neste mês, do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército e do Rio-Grandense Tênis Clube. A Vereadora Maristela Maffei relatou o trabalho dos Vereadores integrantes da Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente, frisando os esforços desses Parlamentares no sentido de ser realizado, nesta Casa, um seminário sobre a legislação referente aos Conselhos Tutelares. Ainda, defendeu a disponibilização de recursos deste Legislativo para a confecção de material a ser utilizado nesse evento, enfatizando a relevância do trabalho desenvolvido pelos Conselhos Tutelares. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Claudio Sebenelo discursou acerca dos problemas de segurança pública enfrentados no Brasil, apontando as causas do aumento nos índices de criminalidade constatado nos últimos anos. Em relação ao assunto, examinou a contribuição do Poder Público para o crescimento das dificuldades verificadas nesse setor, sustentando que o abandono de políticas em prol do desenvolvimento é a principal causa das diferenças sociais existentes no Brasil. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes historiou a construção e utilização do Auditório Araújo Vianna, destacando a quantidade de eventos importantes lá realizados ao longo de sua existência. Nesse sentido, lamentou os períodos em que esse espaço público esteve desativado e recordou o empenho do Partido dos Trabalhadores, quando à frente do Governo Municipal, em restaurar o Auditório Araújo Vianna e em democratizar o acesso a esse local. A Vereadora Margarete Moraes, em tempo cedido pelo Vereador Aldacir Oliboni, dando continuidade a seu pronunciamento acerca do Auditório Araújo Vianna, questionou os motivos de sua interdição no ano passado e cobrou a realização regular de limpeza desse espaço. Além disso, protestou contra a possibilidade de privatização do Auditório Araújo Vianna, justificando que essa medida tornaria os espetáculos ali realizados inacessíveis para a população de baixa renda. O Vereador Elói Guimarães registrou o transcurso, hoje, do Dia da Indústria, bem como do septuagésimo terceiro aniversário do Jornal do Comércio, sublinhando a importância desse veículo de comunicação e relatando a participação de Sua Excelência em solenidade referente a esse aniversário. Também, aludiu ao pronunciamento do Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado, no qual é analisada a situação do Rio Grande do Sul nas áreas política, social e econômica. O Vereador Dr. Raul discutiu o Projeto de Lei do Legislativo nº 090/05, que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre, com o objetivo de orientar e informar o cidadão no que se refere ao planejamento familiar. Ainda, manifestou-se favoravelmente ao processo de municipalização do Centro de Saúde Escola Murialdo, prestando informações sobre os tipos de atendimento médico oferecidos à população nesse local. O Vereador Dr. Goulart abordou dificuldades financeiras atualmente enfrentadas pelo Hospital Beneficência Portuguesa, atentando para a possibilidade de fechamento dessa instituição. Sobre o assunto, solicitou o apoio dos Governos Estadual e Municipal para que sejam concretizados, junto ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul, os empréstimos necessários para viabilizar a continuidade dos serviços de saúde prestados por esse Hospital. O Vereador João Antonio Dib registrou o transcurso, hoje, dos setenta e três anos de existência do Jornal do Comércio, homenageando os nomes de Jenor Cardoso Jarros e Zaida Jarros, fundadores desse periódico. Ainda, asseverou que esse Jornal é reconhecido pelos rio-grandenses por seguir uma linha editorial caracterizada pela qualificação, atualização e pela responsabilidade no tratamento concedido às informações repassadas aos leitores. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sebastião Melo, Mario Fraga e Claudio Sebenelo e pela Vereadora Sofia Cavedon; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 104/06; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 092 e 096/06, o Projeto de Resolução nº 068/06, discutido pelo Vereador Mario Fraga; em 5ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 110/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Mônica Leal saudou o início das atividades do projeto “Disque Pichação”, que objetiva viabilizar linha telefônica da Brigada Militar para denúncias de pichação em prédios e monumentos da Cidade. Também, leu nota publicada na edição de hoje do Jornal do Comércio, na coluna do Jornalista Fernando Albrecht, intitulada “É brincadeira”, referente às verbas orçamentárias destinadas pelo Governo Federal para a área da segurança pública. O Vereador Sebastião Melo avaliou a importância das rádios comunitárias como instrumentos de integração entre o Poder Público, entidades não-governamentais e a população, protestando contra ação da Polícia Federal, que interditou a rádio instalada pela Associação Comunitária de Itapuã. Da mesma forma, reportou-se ao pronunciamento efetuado hoje pelo Vereador Dr. Goulart, que debateu problemas financeiros que atingem o Hospital Beneficência Portuguesa. Após, foram apregoados os Memorandos nos 145 e 153/06, firmados pelo Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Carlos Comassetto e a Vereadora Neuza Canabarro representarão externamente este Legislativo, respectivamente, no Segundo Encontro Nacional da FRENAVRU, a ser realizado nos dias vinte e seis e vinte e sete de maio do corrente, no Município de Curitiba – PR –, e na solenidade de confraternização da Associação Porto-Alegrense de Cidadãs, a ocorrer hoje, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia aludiu à Comissão Especial constituída nesta Casa para discutir e analisar a eleição do Conselho Tutelar de Porto Alegre, propugnando por uma atuação conjunta entre as Câmaras Municipais da Região Metropolitana, como forma da garantir o adequado atendimento das crianças e adolescentes do Município. Ainda, defendeu políticas seguidas pelo Prefeito José Fogaça para a manutenção de praças da Cidade. O Vereador Carlos Comassetto registrou a presença, nesta Casa, do Vereador Antonio Vandir Meuren, do Município de Rio Pardo – RS. Além disso, traçou comparativo entre as gestões empreendidas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Governador Germano Rigotto, enfocando, em especial, aspectos atinentes às áreas da saúde e da segurança pública e afirmando que o Partido dos Trabalhadores será vitorioso nas eleições presidenciais programadas para o mês de outubro do corrente. O Vereador Ervino Besson informou o encerramento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito constituída na Casa para apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria, enfatizando que o objetivo dessa Comissão foi o de coletar dados e avaliar alternativas que propiciem melhores serviços à população. Finalizando, comentou matéria da edição de hoje do jornal Zero Hora, relativa ao lixo jogado pela população nas margens do Lago Guaíba. A Vereadora Manuela d'Ávila, contestando declarações feitas pelo Governador Germano Rigotto, durante solenidade comemorativa ao Dia da Indústria, acerca do desenvolvimento industrial do Rio Grande do Sul, asseverou que o Estado passa por grave crise em termos econômicos e estruturais. Também, lamentou a rejeição, por esta Casa, do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, do Vereador Aldacir Oliboni, que vedava a prática de nepotismo no Município de Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Dr. Goulart, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 072/06, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e um votos SIM, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Resolução nº 072/06, por treze votos SIM e seis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Bosco Vaz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Mônica Leal. Após, foi aprovado o Ofício nº 402/06, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 024/05 (Processo nº 5977/05). Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 079, 080 e 087/06. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Informamos aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que, por solicitação da Presidência e dos gabinetes dos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon e Professor Garcia, com parceria do SESC/Rio Grande do Sul, estaremos participando do Dia do Desafio, dia 31 de maio próximo, às 14h, neste plenário. Estaremos desenvolvendo uma atividade física leve para estimular os trabalhadores desta Casa, incluindo os nobres Vereadores e Vereadoras que praticarão atividades físicas em seu tempo livre, buscando um lazer sadio. A atividade terá a duração de 15 minutos aqui neste plenário. Contamos com a presença de todos e alertamos que os trajes são os mesmos que usamos na Sessão Plenária. Comunicamos, ainda, que esta Presidência estará lançando a proposta de criação do Setor de Lazer e Recreação da Casa, destinado aos trabalhadores e aos Vereadores também.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. João Brito Soares, representando a Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, está com a palavra para tratar de assunto relativo aos esclarecimentos acerca das atividades do Conselho Tutelar, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOÃO BRITO SOARES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, colegas conselheiros, conselheiras e demais presentes, meu nome é João Brito Soares, sou mais conhecido como Conselheiro Brito. Faço parte da Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, atuo na Microrregião 5: Glória, Cruzeiro e Cristal.

Eu venho hoje a esta tribuna fazer uso das atribuições da Coordenação, conforme Lei Municipal nº 7.394/93, no seu art. 14, inc. IV, para manifestar-me em defesa dos conselheiros quanto às acusações absurdas e descabidas que vêm sendo dirigidas pelo Ver. Adeli Sell, desde 2003.

No dia 11 de agosto de 2003, fazendo uso do microfone da Rádio Guaíba, no Programa Flávio Alcaraz Gomes, acusou-nos de inoperantes em nosso trabalho, dizendo que o Conselho havia virado em empreguismo, uma disputa político-eleitoral a serviço de cabos eleitorais. Anunciou que ganhávamos mais de dois mil reais por mês, com vale-refeições e todos os direitos, enquanto que as crianças andavam pelas ruas e nós não tomávamos qualquer providência e que isso era uma vergonha. Afirmou que, em caso de um adolescente estar em conflito com a Lei, ou nas transgressões da Lei, quem cuida é o Conselho Tutelar, tendo, nesse sentido, tem poder de polícia.

O nobre Vereador denunciou, ainda, que o processo eleitoral estava viciado, pois na Restinga havia candidatos traficantes; diz ter levado ao conhecimento do então Prefeito Tarso Genro. Contudo, a sua denúncia só veio a denegrir a imagem do Conselho, gerando descrédito desse órgão perante a sociedade por uma acusação leviana, e nada foi constatado, nenhum candidato foi impugnado, cassado, ou preso. Acredito que o dever do Vereador, tendo conhecimento do fato, deveria ser o de acionar o DENARC para investigações legais, e não expondo de forma irresponsável os conselheiros a milhares de ouvintes de uma emissora com tamanha audiência como é a Rádio Guaíba.

O Vereador trouxe ainda que na Praça da Matriz uma família dormia ao relento com os seus filhos e o Conselho nada fazia. Quero lembrar ao Ver. Adeli que no Governo de seu Partido, na antiga FESC, hoje com a sigla FASC, foi criado um serviço de atendimento à família em situação de rua, o SESRUA, que atende pelo telefone: 3221-2024. Não posso acreditar que um Vereador, que já assumiu altos cargos dentro do Governo, não conheça os serviços que a rede municipal oferece.

Queria lembrar ao Vereador que quem está com os direitos violados não são as crianças, mas sim, seus pais, e que não é o Conselho o responsável por essas violações, e sim aquele que foi eleito pelo voto do povo para criar projetos de inserção dessas famílias em programas sociais para a geração de renda, e vive somente buscando sua autopromoção diante da mídia, alvitrando os procedimentos do Conselho Tutelar, fazendo com que este deixe de ser um órgão permanente e autônomo, conforme o artigo 131 do ECA, e passe a atuar diretamente nas deficiências da rede, a fim de atender às necessidades básicas das famílias atendidas. O nobre Vereador desconheceu o ECA. Então deve saber que o artigo 4º, parágrafo único, alínea c, é de sua competência; execute-o, talvez amanhã teremos menos crianças pelas ruas, Vereador.

O Vereador, recentemente, na tribuna do dia 26 de abril do corrente ano, mostrou que não tem qualquer conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando conferiu ao Conselho Tutelar a responsabilidade da exploração sexual infanto-juvenil; usou parte de sua fala querendo demonstrar ser versado na causa, contudo estou convicto de que o senhor tem capacidade política, e não precisa desse embuste para chamar atenção, mas, no que se refere ao Conselho, deverá apropriar-se mais das atribuições do mesmo.

O Sr. Vereador, na sua trajetória política, já foi da Executiva Estadual do PT, foi Secretário de Organização de Assuntos Institucionais, foi Secretário-Geral. Em 1996 foi eleito Vereador; em 2000, ficou na Suplência, assumindo mandato por dois anos. Em 2003, assumiu a SMIC, e, em 2005, assumiu, pela terceira vez, uma cadeira nesta Câmara.

Embora com toda essa bagagem e com mais de 90 Emendas e Projetos, causa surpresa nenhum deles ser direcionado à criança e ao adolescente, ou a famílias em situação de vulnerabilidade social.

Relata que a exploração sexual infanto-juvenil abrange toda a Cidade, e que só o Conselho não vê. O Vereador deve procurar inteirar-se dos arts. 98, 101 e 136, principalmente, no seu inciso III, alínea a, que nos delega averiguar as denúncias e requisitar os serviços dos órgãos competentes.

Contudo, quando fizemos uma ação conjunta, não encontramos respaldo na rede de atendimento, pois tiramos as crianças das sinaleiras ou das esquinas, e se elas não têm família, nós também não temos onde colocá-las, pois as casas, que deveriam dar continuidade à proteção, não têm as mínimas condições e estrutura para oferecer sua permanência fora das ruas; evasões.

O Conselho, hoje, está negociando com a FASC, CMDCA e redes conveniadas e reordena os abrigos em forma de parceria.

O Vereador demonstra preocupar-se com as feridas, sendo que o mesmo poderia ter oferecido a cura, quando estava no Governo, se tivesse buscado parceria de seus colegas partidários na criação de projetos para escolas, creches, SASES, casas residenciais, assim como frentes de trabalho para as famílias em situação de rua.

Como já falei lá no início, convido o Vereador a buscar mais conhecimento do ECA, para, então, criticar com mais autoridade, e não sair fazendo uso dos meios de comunicação - rádio, televisão, imprensa escrita e jornais de bairro -, para se autopromover, apontando falhas no Conselho Tutelar, quando, em seu Governo, nunca preocupou-se, apenas contribuindo para colocar mais crianças nas sinaleiras, quando não ofereceu nenhum projeto de inclusão às famílias de camelôs que foram tiradas das ruas, oferecendo uma oportunidade digna para que pudessem subsidiar o custeio de alimentação de seus filhos.

Sr. Vereador, para finalizar, gostaria que o senhor se inteirasse da Constituição Federal de 1988, na Seção IV, da Assistência Social; no art. 203, nos seus incisos I, II, III e V, bem como o art. 204, na sua íntegra; talvez então, o senhor entenda a causa de tanta mendicância, exploração sexual infanto-juvenil, chamadas miséria e fome.

Quero dizer aos presentes que o Vereador não agride o Conselho só com palavras, pois, em 2001, no dia 14-09, às 10h45min, um Conselheiro, por divergir da posição do Vereador, foi agredido fisicamente, tendo sofrido uma fratura no braço esquerdo. Só espero que, ao sair desta tribuna, eu também não seja alvo de sua fúria.

Diante dos fatos, solicitamos à Comissão de Ética desta Casa providências quanto às denúncias trazidas pelo Vereador.

Queremos entregar ao Presidente da Casa cópias de todos os procedimentos das denúncias aqui relatadas, ofícios, relatórios, reportagem, guias de abrigo, guia de evasão, denúncia da Rádio Guaíba, Resolução dos Conselhos, entre outros.

Eu gostaria de agradecer a todos os presentes, àqueles que nos deram esta oportunidade de desabafarmos um pouco a dor que estamos sentindo e dizer que estamos muito felizes por termos sido atendidos por vocês, e espero que a Câmara e a Comissão de Ética façam alguma coisa, porque o Conselho, hoje, está sendo denegrido. E tudo o que falei, gente, está aqui; de tudo o que falei no microfone eu tenho documentação para entregar à Presidência da Câmara. Quanto à agressão do colega, por divergir do Vereador, aqui tem uma cópia da ocorrência policial. Não é balela, não é denúncia vazia; o que eu estou dizendo está aqui. Gostaríamos de ser mais respeitados como Conselheiros Tutelares, porque nós trabalhamos sem a mínima estrutura. Nossos carros estão estragados, nossos telefones foram ligados há pouco tempo, nós não temos quase nada, e o Vereador não tem um projeto sequer em benefício da criança e do adolescente; então, não tem autoridade nenhuma para falar em cima dos Conselheiros Tutelares. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, prezado Conselheiro João Brito, ouvi atentamente a sua fala e tenho algumas considerações. Primeiro, eu acho que o grande mérito da Tribuna Popular é que cada entidade pode vir aqui e colocar os seus pensamentos.

O senhor falou, especificamente, mais em relação ao Ver. Adeli. Lastimo que o Vereador não esteja aqui presente, mas quero lhe colocar que o senhor falou em uma posição pessoal do Ver. Adeli. Tenho certeza de que não é a posição desta Casa. O senhor também já sabe que está sendo realizada uma Comissão Especial para tratar especificamente da questão do Conselho Tutelar. Inclusive, hoje, recebemos material do Giovani, representando toda a questão dos Conselheiros, com algumas propostas para a futura eleição do Conselho Tutelar. Quero dizer que o PPS tem um carinho muito grande e sabe do trabalho dos Conselheiros Tutelares em prol das nossas crianças e dos nossos adolescentes e sabemos que, cada vez mais, nós temos que instrumentalizá-los e capacitá-los, porque sabemos do empenho e do denodo do trabalho. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; prezado Conselheiro Brito, nossa saudação calorosa, afetuosa, extensiva aos demais Conselheiros Tutelares, aos que operam, também, na defesa intransigente das crianças e dos adolescentes.

O Brasil construiu uma Constituição cidadã, e dela derivaram várias leis infraconstitucionais, e nasceu o ECA, que é uma Lei moderna e que precisa - na minha avaliação - ser analisada do ponto de vista do seu conjunto.

O Brasil não tem políticas públicas para a juventude, para as crianças, para os jovens, e muito menos para os adultos e para a melhor idade. Não basta eu criar um Conselho Tutelar, que eu acho essencial, e não dar a ele as condições para o exercício daquilo que o povo delegou a ele, que é cuidar bem das crianças da cidade de Porto Alegre. Nós sabemos das dificuldades, que o cobertor sempre é curto. No Brasil, para a área social, sempre faltou dinheiro e continua faltando dinheiro. Enquanto o sistema financeiro “enche as burras”, nós sabemos que, para a área social, os governos, em geral, não têm dado prioridade.

Então, eu quero dizer que reconheço em cada conselheiro tutelar um hercúleo trabalhador do dia-a-dia pela inclusão verdadeira dos jovens, dos adolescentes. Agora, para que ele possa efetivar o seu trabalho, nós precisamos lhe dar condições; é isso que eu acho que nós temos que discutir nesta Casa, Sr. Presidente e Conselheiro Brito; é isso que nós temos que discutir. Eu respeito as posições pessoais, e nelas não vou entrar, porque é uma posição, é a palavra de um colega Vereador - por sinal, gosto muito dele -, mas é uma posição pessoal, com a qual eu não concordo. Eu tenho uma visão completamente diferente de querer reduzir isso à arvore, eu quero analisar a floresta, e a análise do companheiro Adeli é sobre a árvore. Não, eu acho que há muitas questões que precisam ser melhoradas.

Hoje, eu e o Ver. Garcia, recém estamos começando um trabalho numa Comissão Especial; eu acho que tem que ser analisada essa questão das eleições, acho que há muitas distorções, mas eu acredito que o voto ainda é o melhor caminho para escolher alguém, senão, daqui a pouco, eu terei de questionar a eleição de Deputado, terei de questionar a eleição de Vereador, terei de questionar a eleição de todo mundo, mas acho que há problemas, às vezes, na eleição de Vereador, na eleição de Deputado e também na eleição do Conselheiro Tutelar. Mas isso tem que ser analisado dentro de um conjunto de coisas, sem partidarismo. Quando a causa é a criança e quando a causa é social não pode haver sigla partidária acima disso.

Portanto, eu cumprimento o senhor e também todo o Conselho Tutelar, com o nosso reconhecimento pelo trabalho dos senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero aproveitar a oportunidade e saudar o Sr. João Brito Soares. Hoje de manhã, fizemos uma reunião da Comissão Especial - por sinal, muito boa -, com a presença de alguns Conselheiros que estão aqui. Eu entendo que as questões particulares, muito pessoais, não vêm ao caso, na Câmara. Nós temos que entender que o trabalho de vocês é um trabalho muito árduo. Eu me lembro, recentemente - para dar guarida às suas opiniões -, que eu estava na Secretaria de Obras e houve uma denúncia de não-acabamento do Conselho Tutelar, na Bom Jesus. E foi liberado do Orçamento da SMOV um valor de quase 100 mil reais para ajudá-los. Portanto, nós temos que reconhecer que vocês trabalham com muita dificuldade. Às vezes, há denúncia, porque acontece um caso numa região. Isso deve ser identificado e, automaticamente, deve-se dar condições ao Conselho Tutelar de fazer essas ações. Eu acho que vocês trabalham com poucas condições.

Eu acredito que o Poder Público Municipal tem muito mais condições; inclusive poderia haver uma boa aproximação com a FASC, que é o órgão mais correlato a essa ação de vocês. Entendo também que o processo eleitoral deve ser purificado, deve ser melhorado. Não há condição, naquele processo que eu vi, de partidos políticos estarem entrando nesse processo, de religiões estarem entrando nesse processo. Vocês têm de ter mais independência, e o TRE tem de coordenar melhor essa ação da eleição. A eleição que vocês fazem não é boa; dá para aprimorar, e é isso que a Comissão Especial vai procurar elaborar. Acredito que vocês têm muito mais a fazer do que já fazem, com a colaboração do Município. Mas esta Câmara tem um papel muito importante, porque tem Comissões para isso, tem condições de ajudar o Executivo, e eu acredito que nós possamos, junto com vocês, fazer um belo trabalho e melhorar as condições de vocês, que, no meu entender, são péssimas. Vocês são uns lutadores, mas não têm condições por falta de estrutura. Obrigado pela sua presença aqui. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meu caro Conselheiro João Brito Soares, esta Casa, no passado, foi, se não a primeira, uma das primeiras Casas no País a legislar sobre Conselho Tutelar. Hoje nós entendemos que existem dificuldades a serem superadas. No ano passado, a Verª Maria Celeste e eu andamos trocando idéias no sentido de que se fizesse algo na Casa do Povo para que os Conselhos pudessem receber mais apoio, mais condições de trabalho, e, agora, nós, com satisfação, vemos que se instalou a Comissão Especial para tratar dos problemas que precisam ser enfrentados pelo Conselho, porque a nossa mocidade, a nossa infância, precisa de ajuda permanente, e os meios colocados à disposição não são suficientes, tenho certeza. Quem sabe teremos sorte - já que legislamos em primeiro lugar - de conseguir fazer a reformulação no sentido de melhor dotar o Conselho Tutelar para que as nossas crianças, em especial, possam receber uma assistência melhor. Desejamos-lhes sucesso. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar a nossa saudação ao amigo João Brito Soares, Conselheiro Tutelar. Quero dizer, inicialmente, que não entraremos na polêmica em relação ao Ver. Adeli Sell, pois entendemos que não cabe aos Vereadores opinar sobre isso. Queremos manifestar nosso respeito ao trabalho que os Conselhos Tutelares realizam, muitas vezes sem as condições mais adequadas, e registrar que Porto Alegre foi a primeira Capital a instituir os Conselhos Tutelares, portanto uma conquista da cidadania de Porto Alegre, e muitas vezes se cobram dos Conselheiros responsabilidades que eles não possuem. Também quero saudar esta Comissão Especial que inicia seus trabalhos no dia de hoje para avaliar os Conselhos Tutelares. E quero registrar que compartilho da opinião de que o atual sistema eleitoral, por chapas, na verdade, dá um caráter de eleição majoritária ao que não deveria ser uma eleição majoritária; os mais votados, cada um votando um voto, parece-me mais adequado - a Comissão irá se debruçar sobre isso. Por fim, quero dizer, como um Vereador que acompanha nesta Cidade as questões de habitação, quotidianamente, questões de despejo, reintegração de posse, que sempre que surge um despejo, temos procurado o Conselho Tutelar para que acompanhe essa situação, porque entendemos que um despejo não pode se realizar enquanto não estiver garantido, para as crianças que moram nesses locais, um local adequado para o seu acolhimento. A Justiça, por exemplo, não permite despejo se o proprietário não garante um depósito, Ver. Dr. Goulart, para colocar os móveis. Mas não existe nenhuma exigência de que haja um local adequado para as crianças. Gostaria até que isso fosse tratado na Comissão, pois é preciso que os Conselhos Tutelares, em qualquer situação de despejo, de reintegração de posse, exijam também ou pleiteiem junto à Justiça e aos órgãos que estão organizando o despejo que, assim como os móveis devem ter um destino, também as crianças devem ter um local abrigado, adequado.

Então, saudação, mais uma vez, ao belo trabalho que fazem, com todas as dificuldades, e gostaria de dizer que são inúmeros os temas que essa Comissão deverá discutir. É a Verª Manuela d’Ávila quem representa o PCdoB nessa Comissão, mas, na medida do possível, nos temas que digam respeito principalmente a essas questões que eu coloquei, nós vamos procurar prestigiar as atividades da Comissão e acompanhar o seu trabalho. Parabéns! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Conselheiro Tutelar João Brito Soares, demais Conselheiros Tutelares aqui presentes, eu começo dizendo à Presidenta da nossa Comissão Especial que eu não pude estar hoje pela manhã reunido com eles, mas eu quero trazer aqui, em nome do Partido da Frente Liberal, a minha solidariedade aos Conselheiros Tutelares, porque todas as vezes em que eu participei dos debates, principalmente em bairros distantes do Centro da Cidade, quem eu via de mais atuante lá era o Conselheiro ou a Conselheira Tutelar. Eu, sempre que tive oportunidade, registrei nesta Casa o trabalho árduo, carinhoso, de coração que a Conselheira e o Conselheiro Tutelar desenvolvem em suas regiões. Merecem o nosso apoio. Quanto à polêmica com o colega, eu não entro no mérito, principalmente por ele não estar presente, mas o Conselho Tutelar é um instrumento valioso e necessário para que nós possamos edificar uma sociedade mais justa. Basta vontade política para termos essa riqueza que este País nos dá tanto, vontade política tanto dos mandatários como dos cidadãos para construirmos uma sociedade mais justa, e o Conselho Tutelar é um instrumento necessário para que possamos construir essa sociedade. Meus Parabéns e estamos à disposição para aquilo que for merecedor do carinho para o bem-estar das nossas crianças. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Conselheiros e nobres Pares, das visitas e das entrevistas com Conselheiros, há sempre uma unanimidade: a falta de condições mínimas de trabalho, em que não há condições nem de encaminhamento dos menores, especialmente, na área das toxicomanias. As condições de trabalho são quase miseráveis, e especialmente o conceito extraordinário do Conselho Tutelar se dá pelo esforço dos seus Conselheiros, nada mais, que são competentes e dedicados. E eu quero registrar – pena que eu só tenho dois minutos para falar sobre isso – que uma das coisas mais degradantes que eu vi na minha vida foi a última eleição do Conselho, em que houve tanta falta na seleção... Eu vi, na Restinga, uma pessoa que era candidata à Conselheira, inclusive traficava tóxico e se propunha a lidar com crianças - graças a Deus, não foi eleita, mas esteve muito perto de ser. Principalmente, o que se viu foi uma guerra civil entre as pessoas que estavam disputando votos. Penso que deve haver concurso, as pessoas têm de preencher pré-requisitos fundamentais e, por fim, tem de ser uma carreira e não mais uma eleição, para não beirar o ridículo que foi a última eleição, em que a ausência do TRE e outras necessidades eleitorais tornaram Porto Alegre quase uma praça de guerra surda entre os candidatos.

Por fim, uma lembrança: as crianças são as crianças; os móveis são os móveis. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meu caro Sr. João Brito Soares, Conselheiro, representando aqui a Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, em nome da Bancada do PDT, em meu nome e do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. Mario Fraga, do Ver. João Bosco Vaz e da Verª Neuza Canabarro, queremos saudá-lo, estender esta saudação muito especial, muito carinhosa, a todos os Conselheiros e Conselheiras Tutelares presentes no dia de hoje, aqui, neste Plenário.

Acho que, hoje, nós demos um grande passo. Com relação a essa Comissão Especial, criada por solicitação do Ver. Professor Garcia, nós estivemos juntos, pelo menos numa parte da manhã, discutindo a problemática da situação dos Conselhos Tutelares, o que foi extremamente importante -, foi o início de uma nova caminhada, pois as instituições, hoje, como a própria Câmara Municipal, meu caro João Brito, estão muito distantes no que se refere aos nossos Conselheiros, que prestam um relevante trabalho para a Cidade, um trabalho extremamente importante, voltado para os nossos jovens, que são o futuro do deste País! Então, essa Comissão veio em muito boa hora, pois nós teremos oportunidade de ouvi-los. Como eu disse anteriormente, eu acho que as nossas instituições, hoje, estão muito distantes umas das outras, e nós temos de ter essa confraternização, essa abertura clara, como ocorreu hoje pela manhã, meu caro Presidente. Eu acho que a Câmara Municipal tem de ser parceira dos Conselheiros, assim como vocês também têm de ser parceiros da Câmara Municipal. Eu disse, hoje pela manhã, que o pára-choque do problema de uma cidade é a Câmara Municipal, com seus Vereadores, e com os próprios Conselheiros Tutelares, porque ali vemos os problemas sérios dos nossos jovens e das nossas crianças.

Portanto, eu entendo que essa parceria é extremamente importante, pois nós teremos a oportunidade de discutir um projeto que está em andamento aqui nesta Casa, e, sem dúvida nenhuma, quem vai ganhar com isso é a cidade de Porto Alegre.

Queremos fazer esse trabalho em conjunto com vocês. Tudo o que acontecer de agora em diante, eu tenho certeza de que será para melhor, com uma estrutura melhor para vocês, para que nós possamos, sim, fazer um trabalho voltado para os nossos jovens. Um abraço fraterno, um abraço a todo esse grupo que acompanha o Conselho Tutelar, pelo relevante trabalho que vocês prestam, mesmo com todas as dificuldades que enfrentam para a nossa querida Porto Alegre. Um grande abraço. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Quero saudar o Sr. João Brito Soares, Conselheiro Tutelar, demais Conselheiros e Conselheiras que estão conosco nesta tarde, quero saudar, sobretudo, a iniciativa de poder fazer esta Tribuna Popular, trazendo algumas questões pontuais e de opinião pessoal de uma Vereadora, mas, sobretudo, a iniciativa de estarmos recebendo vocês, nesta Casa, não somente para a Tribuna, mas para o debate que fizemos hoje pela manhã, na Comissão Especial, que trata o conjunto das questões relacionadas ao Conselho Tutelar.

Inicialmente, sobre o processo eleitoral – e para isso essa Comissão foi criada –, mas, sobretudo, para verificarmos os problemas que os próprios Conselheiros e as suas Coordenações, hoje pela manhã, nos relatavam, que dá conta de uma atribuição e de um processo muito mais amplo, muito maior, necessário que se toque aqui na cidade de Porto Alegre. Os Vereadores que me antecederam, alguns falaram da questão da estrutura do Conselho Tutelar; outros falaram da infra-estrutura necessária para os programas de atendimento com relação à FASC. E aí eu quero acrescentar as dificuldades que se têm não só na Assistência Social, mas na Educação, na Saúde, na abrigagem das crianças de rua na cidade de Porto Alegre, quando um Conselheiro está lá no plantão, de madrugada, e não consegue um abrigo para dar a guarda necessária de, pelo menos, um pernoite para uma criança, quando está no plantão centralizado.

São por essas dificuldades, por esses problemas que nós somos parceiros e queremos tratar com os senhores, nesta Casa, a partir da Comissão Especial. Os senhores têm toda a liberdade de vir e serão muito bem-vindos à nossa Casa, não só na Comissão, mas na Tribuna, nos espaços necessários e, certamente, terão a parceria de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, para que juntos possamos construir um Conselho Tutelar cada vez mais atuante, mais do que já o é, mas que tenha visibilidade para essa atuação do Conselho Tutelar na nossa Cidade.

Nós pensamos que este é um problema extremamente difícil - a comunicação -, porque há um grande equívoco no que diz respeito ao que é a atribuição do Conselho Tutelar, e a sociedade tem-se posicionado, por vezes, de uma forma extremamente errada. Nós também queremos ser parceiros nessa divulgação, na possibilidade de estarmos mostrando para o cidadão de Porto Alegre, realmente, qual é a atribuição do Conselho Tutelar, o que lhe cabe quando diz, no artigo, que são prioridade absoluta a criança e o adolescente e, sobretudo, a garantia e o zelo dos direitos das crianças e dos adolescentes na cidade de Porto Alegre.

Quero, então, reiterar a necessidade da continuação da representação dos Conselhos Tutelares nessa Comissão Especial que hoje nós iniciamos, a partir daquilo que já tem como acúmulo dos Conselheiros Tutelares na proposta de alteração de lei, que hoje pela manhã nós iniciamos a discutir e queremos continuar discutindo com os senhores. Tenha, sempre, Sr. João Brito, a certeza – e a Coordenação dos Conselhos Tutelares – de que terá, nesta Casa, o apoio para todas as suas denúncias, mas, sobretudo, para construir, cada vez mais, um Conselho Tutelar mais atuante na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigada, Vereadora.

Esta presidência quer fazer uma saudação ao trabalho valoroso e valente dos Conselheiros Tutelares e dizer que, mesmo ainda chocado pela morte daquela criança que foi abatida violentamente pelos seus pais, esta Casa reconhece que a discussão chamada é oportuna, porque sabemos nós o quanto é necessário que os Conselheiros Tutelares trabalhem com uma equipe multidisciplinar que forneça assessoria, porque são a essência da fiscalização do lar. Mais ainda do que a própria Casa que fiscaliza os bairros e a Cidade, o Conselheiro fiscaliza a parte intestina da cidadania que é o que acontece dentro dos lares.

E aí se imagina que um Conselheiro Tutelar tenha também do Poder Público o poder do encaminhamento de como tratar um psicopata que abala a sua família; como tratar um alcoolista que está trazendo problemas para a sua família; como tratar aquele que não consegue ir ao colégio. Há necessidade de um poder maior de encaminhamento e de resolução para os bravos Conselheiros Tutelares.

Aceite, Excelência, a parceria desta Casa, e que essa Comissão instalada possa trazer uma agenda positiva para esse heróico, belo e necessário trabalho. Meus parabéns! (Palmas.) Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h58min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 15h04min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho muita satisfação em ler, aqui, um Ofício que me foi dirigido pelo Cônsul-Geral da Itália, diz o seguinte (Lê.): “Ao cumprimentá-lo atenciosamente tenho o prazer em informar que V. Sª recebeu a condecoração no grau de ‘Cavalieri al Merito della Repubblica Italiana’, concedido pelo Presidente Carlo Azeglio Ciampi. Este consulado recebeu a insígnia e o diploma que poderão ser-lhe entregues durante a comemoração da Data Nacional da Itália, que terá lugar no dia 1º de junho próximo, às 19h, junto ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS.” A seguir se congratula e diz que eu posso estender o convite a familiares e amigos, fazendo contato com a sua secretária.

Eu, quando recebi esse Ofício com o ato da comunicação, me lembrei do grande Ver. Aloísio Filho. Ele dizia que quando o Vereador era distinguido, a Casa do Povo de Porto Alegre também era distinguida. Então, divido com meus Pares essa distinção que vou receber, com muito orgulho, e se alguns dos meus Pares desejarem comparecer, eu ficaria também muito feliz.

Mas, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou muito preocupado com o que está ocorrendo no nosso País. Mais uma vez, a Câmara Federal parece desprezar o povo brasileiro, pois não tem feito outra coisa senão absolver pessoas que o povo não quer ver absolvidas. Eu até vou ler o que escreveu Armando Burd, no jornal Correio do Povo, pois eu acho que ele fez um apanhado sintético perfeito. Diz ele na sua coluna Panorama Político (Lê.): “Que timezinho... A Câmara absolveu o 11º Deputado Federal denunciado. Portanto, está completo o time da seleção valeriana. Pode, agora, vestir uniforme da impunidade, saindo pelo País e pelo mundo para apresentações-espetáculo. Do goleiro ao ponteiro-esquerdo, são hábeis jogadores que recebem a “bola”, escondem, driblam como querem e acumulam gols. Quando necessário, apelam para falta e xingam o bandeirinha, sem que conste na súmula. Se a partida encrespa, simulam lesão para entrada da maca. Enfim, uns artistas.”

Na realidade, são uns artistas. Quatrocentos e vinte e cinco Deputados compareceram ontem, portanto, 88 ficaram fora. Esses 88 que não estiveram presentes votaram também pela não-cassação de um Deputado que recebeu três milhões e 700 mil reais e é do meu Partido, do Partido Progressista. Três milhões e 700 mil reais e deu-se ao luxo de, tendo à sua disposição 40 minutos para sua defesa, usar apenas 10% desse tempo: usou menos de cinco minutos. E depois partiu para a fila dos Congressistas, pedindo seu apoio para que ele fosse absolvido. Duzentos e quarenta e três dos presentes votaram pela absolvição, 161 pela cassação, 21 brancos ou nulos ou abstenções. Esses 21 também representam a não-cassação, somando com os 243 já está dando 264. Mas, aos 264, eu ainda teria que somar os 88 que ficaram em algum lugar para não votar. E eu gostaria, e tenho imensa curiosidade de saber, se nestas 11 absolvições, destes 88, quantos não compareceram nem uma vez, e aí eu acho que esses que não compareceram nem uma vez deveriam receber um cartão vermelho – já que nós falamos num time de futebol de onze – um cartão vermelho, para que não possam mais se inscrever para coisa nenhuma sendo suspensos por muito tempo, porque é uma falta de respeito, uma falta de consideração. Já é falta de respeito o voto secreto.

Mas o que mais me preocupa, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não é essa safadeza desses Deputados que estão trocando por favores os seus votos. Não é isso aí! O que mais me preocupa é o quanto da população que diz que vai anular o seu voto, que vai votar em branco, ou que não vai votar. Eu quero chamar a atenção daqueles que falam em anular o voto, que não vão votar, ou vão votar em branco, que isso apenas favorece os piores. Nós precisamos escolher e escolher bem; nós precisamos saber o passado de cada um que se apresenta candidato; nós precisamos adotar o nosso Deputado Federal; nós precisamos adotar o nosso Senador. A maioria das pessoas vota por obrigação. É um dever votar. É um dever! Não é um direito. É um dever votar! E votando por obrigação, para cumprir qualquer coisa, vota em qualquer um, e se perguntarem em quem eles votaram na última eleição, a maioria não se lembra, não sabe. Nós precisamos saber em quem nós votamos. Nós temos que cobrar daqueles em quem votamos, para que nos representem da forma que nós imaginamos, de forma correta, porque nós não podemos ser todos Deputados Federais, para chegar lá e fazer a nossa oração, dirigir a nossa palavra, fazer o nosso voto não-secreto, nosso voto aberto.

É verdade que nós não precisamos de 513 Deputados, e está provado, já que 80 ou 90 não comparecem no momento da mais alta relevância. Vão cassar ou perdoar um Deputado que recebeu três milhões e 700 mil reais, e é do meu Partido!

Eu acho que nós precisamos escolher, e escolher muito bem, porque estas pessoas decidem as nossas vidas, estas pessoas decidem o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos, e trocam favores por alguns centavos, por alguns cruzeiros, ou melhor, por reais.

Esta “máfia da ambulância”, pelo amor de Deus, um Deputado devia ter um orgulho imenso de servir ao seu País, mas ele vai lá para ser servido por alguns reais na venda criminosa de uma ambulância, por preços superfaturados! Eu não posso entender que a pessoa não se sinta honrada em poder servir! Eu não posso entender. Ninguém é obrigado a ser Deputado. Agora, que nós não precisamos de 513, disso eu tenho absoluta convicção; nós não precisamos de 81 Senadores para botar um Calheiros, um Sarney; não sei qual dos dois é pior! Não, eu acho que pior que o Sarney não há ninguém. Mas, nós não precisamos dessa gente, bastavam 40 Senadores, os Estados maiores teriam dois, e os outros teriam um só, dá 40; talvez com 150 Deputados nós resolvêssemos todos os nossos problemas. Os Estados Unidos têm 400 e poucos deputados, têm 50 Estados, e nós 27; eles têm um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós; têm 100 milhões de habitantes a mais do que nós; têm a terça parte do PIB mundial, um pouco mais do que a terça parte; o dinheiro dos americanos, o PIB americano soma os quatro países que o seguem em grandeza: Japão, Alemanha, França e Inglaterra, e têm menos Deputados que nós. O que os nossos Deputados estão fazendo lá? O Janene, do meu Partido, foi absolvido, e esse já vai na maca, conforme disse o Burd aqui.

Então, eu acho que nós precisamos cuidar muito bem, precisamos escolher. Existe gente muito boa como candidato, nós precisamos escolher, e é só analisar as notícias, é só ouvir o rádio para saber o que alguns safados fazem lá na Câmara Federal e no Senado. Nós precisávamos escoimar essa gente, retirar de circulação, para que não prejudiquem mais, mais, e mais o nosso País. É Ministro, é Deputado, é Senador, é Secretário da Presidência, é tudo complicado lá, mas é só ver o jornal, o homem recebeu três milhões e 700 mil reais, e foi absolvido! Foi absolvido! O que estavam fazendo os Deputados lá?

Eu vi aqui, nesta Casa, uma Vereadora ser cassada, e hoje, quando lembro que essa Vereadora foi cassada, eu fico entristecido até, porque perto daqueles mafiosos que lá estão, que manipulam remédios, ambulâncias, e a saúde das pessoas, ela era uma santa! Ela era uma santa, e foi cassada aqui, porque o voto não era secreto, e foi por unanimidade. Então eu fico pensando e com medo. Pelo amor de Deus, votem e votem bem, há gente boa em todos os Partidos! E há gente péssima em todos os Partidos também!

Portanto, vamos fazer a nossa escolha sensata, cuidadosa, porque é o futuro da Pátria que estará nas mãos de indivíduos que não merecem a nossa confiança. E a Pátria inclui os nossos filhos, nossos netos, nossos familiares e nossos amigos. Escolham bem, pelo amor de Deus! Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregôo o Ofício nº 403/06, Processo 3023/06 do Prefeito José Fogaça, comunicando que deverá se ausentar do Município, no período de 30 a 31 de maio de 2006, para participar, em São Paulo, do III Encontro de Autoridades Municipais participantes de Programas de Visita e Informação na Alemanha.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente desta Câmara, Ver. Dr. Goulart, a quem eu agradeço essa deferência de poder me manifestar neste momento, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras desta Casa, público que nos assiste, principalmente espectadores da TVCâmara, ontem o jornal Diário Gaúcho estampou um problema sério da nossa Cidade, colocando como se fosse um problema insolúvel. Mas eu quero trazer o alento, ao menos a minha esperança, de que isso aqui não é um problema insolúvel. Dizia o jornal: “Quer uma casa popular? Espere até 20 anos”. Quer dizer, 20 anos para um porto-alegrense inscrever-se e conseguir obter a sua casa própria, Sr. Presidente.

Eu acho que falta, sinceramente, com todas as minhas escusas, vontade política para nós resolvermos este problema social tão fácil de ser resolvido - basta vontade política! Nós temos verbas federais, nós temos verbas municipais, nós temos leis, quer dizer que falta é vontade política de construirmos essa solução social tão necessária, e que dignifica a família do cidadão porto-alegrense.

Nós movimentamos um Projeto, nesta Casa, aprovado por unanimidade, e sancionado, é Lei, Projeto nº 9.939, que na reportagem não está citado, infelizmente, pelo Diretor do DEMHAB. Há 20 mil pessoas cadastradas no DEMHAB esperando a sua casa própria. Eu já não gosto desta expressão, Ver. Ervino Besson - esperando a casa própria. Eu tenho a certeza de que se nós fizéssemos uma cruzada política, nós que somos cooperativistas, se formássemos 20, 30, 50 cooperativas, em menos de dois anos estaria resolvido o problema dessas 20 mil famílias, porque há outras mais que estão sem teto em Porto Alegre, passando de 70 mil, e há aquelas que têm casa, mas que dá vontade de dizer que não é casa.

Vamos aplicar a Lei nº 9.939 em uma co-participação daquele povo, daquela família, que precisa da sua casa. O Governo Municipal destinou 33 milhões de reais, sancionou a Lei, tirando toda a burocracia para a aquisição da casa, e o Governo Federal tem, não só o PAR, tem a operação nº 460, tem o empréstimo solidário, para que nós possamos resolver isso, Ver. João Antonio Dib.

Agora, se nós ficarmos esperando que o povo ganhe uma casa do DEMHAB, essas 20 mil famílias vão se multiplicar, e muito, na espera dolorosa de não ter a sua casa própria.

Tenho exemplos próprios de cooperativismo em Porto Alegre. Em uma época em que não havia financiamento nenhum para cooperativas, nós lançamos uma cooperativa autofinanciada, e estamos dando lá mais de 600 casas para porto-alegrenses que não as tinham. Agora, com essas verbas, só nos falta arregaçarmos as mangas, fazermos os projetos junto com as comunidades e começarmos a edificar. Há uma cooperativa, e ainda hoje eu participei da reunião do Sicredi, e eles abriram a conta, são 650 pessoas que se reuniram e buscaram, logicamente com a ajuda do Poder Público, são 680, quer dizer, um mil e 300, e só por iniciativa própria desses cooperativados já são 680, e essas 20 mil famílias podem participar de uma cooperativa, sim, e buscar os recursos necessários para, em dois anos, estarem morando numa casa digna com habite-se, e eles podendo, mais tarde, fazer desse módulo básico a casa dos seus sonhos, como eu tenho dito. Poderão ampliá-la e serão cidadãos legais.

Então, eu acho que nós temos de começar a partir para executar aquilo que nós temos nas mãos para resolver os problemas sociais que tanto afligem a nossa população, para que depois não tenhamos os PCCs da vida florescendo aqui em Porto Alegre. Mas é através da casa própria, dando dignidade e auto-estima que nós podemos, de repente, fazer com que o PCC não tenha tanta força como ele pensa que tem, que ele pode eleger o Presidente da República, ele pode eleger Deputados, como ele acha que tem essa força.

Então, estou deixando estas considerações. O cidadão porto-alegrense está sem casa. Prefeitura Municipal e Governo do Estado têm condições, sim, unidos, de resolverem este problema social tão necessário e urgente.

E quero aproveitar, Sr. Presidente, para deixar registradas duas datas importantes. Ontem, o nosso Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército, uma empresa genuinamente porto-alegrense, nacional, completou os seus 93 anos. E, no dia 11 de maio, o nosso Rio-Grandense Tênis Clube completou 53 anos. Quero deixar registrado: são duas entidades pelas quais muito tenho apreço. Dou os parabéns às Administrações e seus associados. Muito obrigado, meus senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

 

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, de fato eu não gosto de fazer o tipo de pronunciamento que eu vou fazer agora. Mas é necessário para que todos os porto-alegrenses saibam como algumas coisas acontecem nesta Casa. Nós temos uma Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente. Este é o processo, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este é o processo do trabalho, Ver. Sebenelo, que nós realizamos no ano passado, junto com as entidades, com a Casa e com os Vereadores que compõem a Frente. O Programa Abordagem com as Crianças e Adolescentes, a LDO, a Peça Orçamentária, tudo nós discutimos em conjunto com a comunidade.

Pois bem, nós estamos realizando um seminário para discutirmos - desde o início do ano nós agendamos isto - a questão da reformulação da legislação do Conselho Tutelar. Nós fizemos encaminhamento à Mesa, o Ver. Luiz Braz ainda se colocou à disposição para o que houvesse de fundos, até porque a Frente ainda não está regulamentada, mas vai ser possível com o Projeto da Verª Margarete Moraes, para termos a possibilidade de realizar o nosso seminário, para o qual estamos fazendo muito esforço, apesar das puxações de tapete, aqui, que já aconteceram no meio do caminho. Porque tem gente nesta Casa que acha que só um Vereador ou outro é que sabe discutir as questões relacionadas à criança e ao adolescente. Mas, graças a Deus, não convivo mais, nem partidariamente, com algumas dessas pessoas.

Mas, fora isso, queremos quebrar os paradigmas.

E o que acontece? Acontece que nós recebemos um não, bem grande. Nem xerox colorido nós vamos ter para a realização desse seminário. Nem xerox colorido, quanto mais conseguir uma passagem, que tivemos que conseguir fora, com o empresariado desta Cidade.

Eu sinto, Sr. Presidente, porque quero muito bem a V. Exª, e não é nada pessoal, mas na política não podemos aceitar esse tipo de rebaixamento na Casa Parlamentar de Porto Alegre.

Nós queremos o mínimo de respeito em consideração de quem se reúne - a única vez que a Frente Parlamentar desta Casa se reuniu com seriedade, com diversos Vereadores -, e que tem feito um esforço para que não seja o projeto de um iluminado, mas para que seja um projeto da Casa de Porto Alegre, para que não tenha rosto, mas a face de cada um que aqui está.

Então, sinto muito vir neste tom, neste dia, mas é inaceitável.

Mesmo que não tenhamos xerox colorido, ou seja o que for, uma rosinha para colocar em cima das mesas, ou uma faixa, nós vamos fazer com as nossas mãos, porque não merecemos esse tipo de tratamento recebido pela Casa de Porto Alegre. Ou será que, em prol da Comissão Especial, a Frente Parlamentar vai ser desrespeitada?

Esse tratamento nós não vamos aceitar!

Fui eleita, os Vereadores da Frente Parlamentar também foram, e as crianças e as entidades de Porto Alegre merecem o respeito desta Casa.

Não vamos aceitar um não por algo que é tão pequeno, frente a alguns exageros que acontecem por aí. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente que o tema no dia de hoje, indiscutivelmente, continua sendo a questão da segurança em termos amplos, em termos nacionais. A primeira causa de insegurança no País, indiscutivelmente, está ligada ao chamado crime-negócio, em que o tráfico de armas representa, talvez, um poder paralelo maior do que o poder oficial.

Luiz Fernando Delazari, o Secretário de Segurança do Paraná, escreveu lá de Curitiba o artigo publicado hoje no jornal Folha de São Paulo, em que ele fala do caos urbano ao caos social. A segunda grande causa de insegurança neste País é, indiscutivelmente, o espaço urbano. Se nós sobrevoarmos as Capitais brasileiras, nós vamos encontrar a maioria delas já sem espaço urbano, com amontoados de edifícios e sem condições, inclusive, de habitabilidade e de convívio.

Há uma nova onda de crimes, e neste País, no ano passado, foram mortas 46 mil pessoas, foram assassinadas 46 mil pessoas nas áreas urbanas do País. Esta questão do espaço urbano mobiliza o País, e há o crescimento da importância do Ministério das Cidades, que se preocupa com a parte urbanística, mas também com a parte da ocupação do ser humano nesse espaço, que, na medida em que se apequena, torna a violência insuportável nas cidades.

Uma terceira causa, não menos importante, é inclusive a causa social: 90% dessas vítimas da violência no Brasil estão na periferia das cidades, como uma das maiores injustiças sociais deste País, como indicador dessa injustiça social. As periferias urbanas do Brasil, de 17 a 18 Capitais, têm como 90% da violência exatamente descarregada nas zonas mais pobres, injustiçando as camadas mais pobres e tornando-se apenas mais um indicador desta injustiça.

E, por fim, nós temos um outro tipo de formação de violência e criminalidade, que é assinalado pelo Secretário de Segurança do Estado do Paraná. Diz ele que esta criminalidade que, de forma invisível, opera como sanguessugas, vampiros, anões, "valeriodutos", gera uma criminalidade visível, porque desvia recursos que poderiam fomentar políticas sociais, geradoras de emprego e renda, e faz com que a sociedade, no seu consenso, obrigue os mecanismos de polícia a agir na repressão exclusiva dos pequenos criminosos, por serem, aparentemente, alvos mais fáceis, quando, na verdade, os alvos mais difíceis, que são os criminosos do colarinho-branco, estes não são atingidos pela repressão policial. A causa da presença do Estado na criminalidade é, talvez, o pior exemplo que a juventude brasileira pode ter. Isto está dito aqui, não só neste artigo do Secretário de Segurança, mas, também, está sendo sentido nas casas; na exposição das CPIs, as crianças estão vendo e já usam termos como “valeriodutos” e “mensalão”. Estas palavras já são rotina na linguagem das crianças deste País.

Esta tragédia de trazermos para a cena social mais uma face da criminalidade está advindo de um Estado violento, conivente com a criminalidade e participante direto da criminalidade, não só sentando em cima dos processos, mas participando diretamente dos lucros, como acusa o Secretário de Segurança.

É essa a questão que tem que começar a ser examinada nos Parlamentos brasileiros. Nós temos que ir a fundo nas causas da criminalidade, nas causas sociais.

Eu vejo hoje um projeto de estímulo ao trabalho daquelas pessoas, a formação de pessoas para trabalharem no lixo. Mas por que não nas fábricas? Por que não no desenvolvimento? Por que mandaram embora investimentos externos? Por que não construir uma nova sociedade em cima de uma proposta desenvolvimentista, onde seja contemplado o emprego no Brasil? Há necessidade de emprego, há luta contra o desemprego, que é o maior flagelo social. A maior chaga social brasileira hoje está no desemprego, na impossibilidade de provisão do chefe de família, de fornecer a seus descendentes e a seus familiares diretos as condições mínimas, básicas para um mínimo de dignidade de vida. E, e no meio do barro, no meio da favela, no meio da fome e da miséria nós vemos se implantando a mais injusta de todas as sociedades, ao lado, inclusive, de uma sociedade rica, nós geramos - mais de 50% da população brasileira - uma miséria constrangedora.

É muito difícil, hoje, como homem público, conviver de uma forma quase farisaica com esses dois lados. Muitas vezes as pessoas que têm conforto, têm vergonha do seu próprio conforto, ao saberem do desconforto que há lá na favela, onde há choro, há ranger de dentes, onde há um sofrimento insuportável, e onde há um preconceito muito pior, onde a pessoa pobre é mil vezes mais maltratada, e é onde a pessoa rica é absolutamente paparicada. É isso que eu acho que temos que começar a examinar como políticos, e ver que há um trabalho imenso, neste País, a ser feito, nessas zonas mais periféricas das grandes cidades, onde as questões desenvolvimentistas não chegam, por puro preconceito, por achar que o pobre não tem inteligência, não tem condições de se desenvolver. Para eles o pobre é o lixo! Se houver algum emprego, é um emprego no lixo! E se houver alguma proposta desenvolvimentista no lixo, é a proposta de formação de profissionais na área do lixo. E eles passam a ser o lixo humano, o lixo da exclusão, o lixo da antiestética, porque é feio ser pobre, porque não há coisa mais feia do que ser pobre!

Por isso, essa superposição do caos urbano com o caos social e com a insegurança, a fonte de todos os nossos problemas já está diagnosticada. Já se sabe quais são as políticas de Governo necessárias para combater essas causas. E, desgraçadamente, estamos perdendo a oportunidade. Nesse quatriênio nós vimos apenas a desesperança, a volta desse medo insuportável da sociedade do medo, desta sociedade da pressa, desta sociedade da injustiça, que grassa por um País que merecia, há muito tempo, ser um pouquinho menos infeliz, um pouquinho mais feliz, um pouquinho mais esperançado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo dos Vereadores Adeli Sell e Aldacir Oliboni.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras Srs. Vereadores, eu quero agradecer aos meus dois companheiros de Partido, Ver. Adeli e Ver. Oliboni, por esses dois momentos de Comunicação. Na verdade, trata-se de um assunto muito importante, abordado, ontem, pela Verª Clênia Maranhão, que diz respeito ao Auditório Araújo Vianna. Verª Sofia, o Auditório Araújo Vianna foi fundado onde se encontra hoje, em 1964, e teve como coordenadores figuras do porte de Paulo Fontoura Gastal e César de Fonseca. Naquele tempo, ele trazia óperas para Porto Alegre. Nós podemos citar Aída, de Verdi; o Barbeiro de Sevilha e Carmem. Na verdade, a sua origem é bem anterior. Ele vem de 1925, quando foi criada a Banda Municipal, e em 1927 foi criado, ali na Praça da Matriz.

Um crítico de arte, um historiador, observador da Cidade, Osvaldo Goidanich, dizia que era programa obrigatório, no domingo, as pessoas, assim como pela manhã iam à Igreja do Rosário, e à noite assistiam aos concertos no Auditório Araújo Vianna.

Se a gente remontar para os anos 70, ele passa a ter outra programação, voltada à Música Popular Brasileira, quando estiveram no Auditório figuras como Roberto Carlos, Elis Regina, Caetano Veloso, Maria Bethânia. Eu, logo que vim para Porto Alegre, recordo quando, no espetáculo do Caetano Veloso, no auditório que tem mais ou menos 3.500 lugares, 10 mil pessoas pediram para entrar e o Caetano parou com tudo e disse que só continuaria se as pessoas tivessem acesso livre ao Auditório Araújo Vianna.

O Auditório foi desativado de 1985 a 1986 - lamento isso.

No Governo Olívio Dutra, em 1989, com a presença do Secretário Pilla Vares, através de um conceito amplo e revolucionário sobre cultura, o Pilla Vares e seu coordenador da música, Carlos Branco, trabalharam com a idéia da recuperação física do Auditório, da democratização do Araújo, ou seja, aberto a todas as pessoas, sem cobrança de ingresso, aberto à pluralidade das estéticas, ou seja, de gêneros musicais. E aí o Auditório passa a trabalhar e apresentar para as pessoas de Porto Alegre, de uma maneira gratuita, chorinho, samba, rock, reggae. Lembro-me do jamaicano Jimmy Cliff em Porto Alegre, de graça para as pessoas; lembro de toda a Música Popular Brasileira.

E a partir de então e até o ano em que o Vítor Ortiz deixou a Secretaria, o Auditório também sediou cursos e oficinas, inclusive para meninos e meninas de rua; foi valorizada a Banda Municipal - nós editamos um LP na época, cujo maestro era o Maestro Macedinho, com as suas músicas -, criamos a Sala Radamés Gnattali para a música erudita, e quem inaugurou a sala foi Rafael Rabelo, tínhamos projetos como Fim de Tarde, Música no Parque...

Bem, em 1993, o então Vice-Prefeito Tarso Genro se reúne com a comunidade do Bom Fim e ouve da comunidade a idéia e a demanda de que eles queriam a cobertura do Auditório Araújo Vianna porquanto a cidade de Porto Alegre tinha um clima difícil no inverno e muita chuva, e essa chuva atrapalhava a programação. Foram chamados os dois arquitetos que construíram o Auditório inicialmente, ou seja, os arquitetos Moacir Moojen e Carlos Fayet, e essa reinauguração, depois de uma ampla reforma, ocorre em alto estilo, apenas com o músico João Gilberto, o pai da Bossa Nova, o músico mais exigente em acústica, em sonorização; o coordenador foi o Álvaro Magalhães. E eu me lembro de um texto do Ruy Carlos Ostermann, quando ele dizia que foi uma das noites mais felizes da sua vida aquela noite do Auditório Araújo Vianna. Houve problemas com a lona, que de uma lona curva foi colocada uma lona rígida, mas fazíamos uma manutenção permanente como obrigação do Poder Público - nunca buscamos manchete de jornal para dizer que nós estávamos mantendo o Araújo Vianna, isso é uma obrigação.

Aí assumem outros coordenadores, e poderia citar “Três Cadeiras Vazias, Três Ases de Ouro”, um projeto maravilhoso levado pelo Cachoeira; “Rock na Radamés”; “Festival de Música”, quando toda a periferia de Porto Alegre – emocionante - veio até o Auditório Araújo Vianna para assistir Bezerra da Silva, o próprio Edu Lobo, mas para apresentar o seu trabalho para a cidade de Porto Alegre.

Também o Prêmio Açorianos de Música. Eu não posso esquecer do Ney Lisboa recebendo de uma anjinha o seu troféu principal, do Grupo Falos e Stercus. O Auditório também foi usado pelo movimento sindical, social, Show do Quilo, atos públicos, Fórum Social Mundial.

Eis que em abril de 2005, surpreendentemente, com muita inoperância, o atual Secretário anunciou a interdição do Auditório Araújo Vianna, e não entendemos o porquê.

No Clicrbs de 28 de abril de 2005 - isso é muito sério -, ele anuncia uma reforma no valor de um milhão e diz que a Prefeitura não tem recursos para pagar, então essa reforma seria procurada junto à iniciativa privada e o retorno seria em anúncios de publicidade. Eu fiz um pedido de Informações e recebi do Prefeito, assinado, em março deste ano, que não havia custo; e agora, em 28 de abril, exatamente um ano depois, ele anuncia um valor de 4 milhões, quando oferece à iniciativa privada 80% do Auditório Araújo Vianna, sem debate. No mesmo momento o Secretário da Fazenda anuncia o superávit de 87 milhões, só que não é para o Patrimônio Público, não é para a Cultura, e não há nenhuma iniciativa - isso é muito sério, Vereador Sebenelo - por parte deste Governo de buscar recursos para que se mantenha o caráter público, o caráter republicano do auditório Araújo Vianna.

Eu me lembro do Professor Joaquim Felizardo, e queria fazer uma homenagem a ele, que deu muitas dicas sobre o Auditório ao Pilla Vares. Então, parece que é muito fácil simplesmente privatizar, passar para a iniciativa privada um patrimônio que é do povo de Porto Alegre. E aí o Secretário, que é uma pessoa tão civilizada e tão culta, diz que se trata de uma questão de semântica, que não entendem o significado da palavra privatizar. Eu quero repetir que o termo certo é privatizar, ou seja, transformar aquilo que é público em privado. Isso há trinta anos tem a mesma conotação e esse é o significado semântico.

Quero dizer que uma das únicas obras na área da cultura que existe em Porto Alegre é o cinema Capitólio, que foi licitada com um projeto, com um convênio assinado no tempo do Prefeito João Verle, com o dinheiro na conta da Prefeitura, com três milhões de reais da Petrobras.

Ontem, a Verª Clênia Maranhão falou no cinema Imperial. São quinze milhões a reforma do cinema Imperial, e quem a financia? A Caixa Econômica Federal, que é uma instituição pública. A Caixa Econômica Federal deu de presente para Porto Alegre esse prédio, e dois andares ficarão como Centro Cultural, gerenciados pela Caixa, mas onze andares ficarão à disposição da Prefeitura. Essa obra está andando e qualquer dia será anunciada como uma obra do Governo Fogaça - de certo! O Prefeito Verle entregou pronto, assinado e esse prédio nunca pertenceu à Prefeitura.

Hoje, eu fui lá visitar e fiquei muito alterada, muito contrariada porque além de interditado o Auditório, Ver. Luiz Braz, está numa sujeira horrível. Há detritos de pombos, isso é muito perigoso. Eu vou solicitar uma visita oficial da COSMAM ao Auditório Araújo Vianna, Ver. João Carlos Nedel. A COSMAM deveria fazer essa visita lá. Já estou solicitando um Pedido de Providências à Secretaria da Saúde, emergencial, e vamos ao Ministério Público. Estou pedindo, também, uma cópia da fita do vídeo da TVCâmara porque eles filmaram tudo isso.

Pergunto, por fim: como ficarão os funcionários? Eles vão trabalhar para a empresa privada? Como é que as pessoas de Porto Alegre, que não têm poder aquisitivo, que queriam ver a Beth Carvalho - não como era no SESI com o ingresso a 100 reais - não puderam ver uma cantora popular? Poderia ter sido no Auditório Araújo Vianna. Como é que ficam os músicos da nossa Cidade, que não têm nenhuma chance de se apresentar na iniciativa privada, qual vai ser o palco desses músicos? E eesses jovens talentos que nós colocamos no nosso festival? A SMOV apresentou um projeto anteriormente, que eu não sei se foi considerado.

Quero dizer ao Secretário Sérgius Gonzaga que a função dos Vereadores é de fiscalizar. E nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos fiscalizando e não aceitamos essa privatização, porque nós temos muito amor à cidade de Porto Alegre, ao patrimônio material e imaterial! E estou passando às mãos do Presidente Luiz Braz um Pedido de Informações em relação ao Auditório Araújo Vianna, assinado por toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores e, também, pelo Partido Comunista do Brasil. Muito obrigada, Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Vereadores e Vereadoras, nós tivemos a oportunidade de participar de uma atividade promovida pelo Jornal do Comércio, quando, tradicionalmente, são entregues os Troféus de Destaque aos mais diferentes setores, quer na área industrial, cultural, enfim, em todas as áreas e atividades gaúchas artísticas. Por fim, são transcorridos 73 anos do Jornal do Comércio. Falar do Jornal do Comércio é referir uma parte da história rio-grandense, focada em setores vitais, setores econômicos e empresariais, do interesse do Estado.

Hoje, também se comemora o Dia da Indústria, que teve e tem papel relevantíssimo no desenvolvimento do Estado, no desenvolvimento do País.

Então, a nossa fala, Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores, é centrada no Jornal do Comércio, pela sua história, pela sua luta.

O Governador do Estado, quando falava, hoje ao meio-dia – no evento em que estavam presentes Vereadores da Casa, Deputados, autoridades -, destacou a figura da grande inspiradora do Jornal, a Dona Zaida Jarros, uma figura tão querida aqui da Casa, que, invariavelmente, vinha até aqui, trazendo o seu abraço - e a Casa também tem essa extraordinária relação com o Jornal do Comércio.

Portanto, este evento promovido pelo Jornal é um momento importante, pois destaca os diferentes setores - culturais, artísticos, de indústria e comércio, desenvolvimento tecnológico – do nosso Estado.

O Governador aproveitou a oportunidade e, com muita convicção, com muito acerto, fez um relato das dificuldades que o Estado do Rio Grande do Sul enfrenta, por ser um Estado exportador, por ser um Estado que, em face dessa política cambial, vem pagando um preço muito grande por ser o Estado que ajuda o País e não tem o necessário contraponto pelo esforço que faz para as divisas do País. Ele fez um amplo relato nesse sentido, chamando a atenção para algo que todos nós conhecemos que foi o enfrentamento de duas secas. A seca do ano retrasado foi a seca de maior índice de penalização à economia primária do Rio Grande: perdeu-se 60% da safra de grãos no Rio Grande do Sul. Isso levou a cadeia do sistema produtivo a uma desorganização extremamente dolorosa, fazendo com que as atividades ligadas ao setor primário, como a produção de máquinas, emprego, tributo e por aí se vai, resultassem numa situação extremamente difícil para o Estado. Portanto, fica aqui o registro, Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, pelo 73º aniversário do Jornal do Comércio e também as saudações ao Dia da Indústria, que são atividades a que muito devem a Cidade e o Estado pelo que elas representam em termos de desenvolvimento, em termos de emprego, em termos de impostos, enfim, são atividades industriais e comerciais que são tão bem traduzidas nas páginas do Jornal do Comércio e que contribuem decisivamente para o desenvolvimento do nosso Estado. Fica aqui a nossa homenagem, que representa um resgate ao Jornal do Comércio, à sua história, aos seus líderes, Jornal hoje tão bem dirigido pelo Sr. Mércio Tumelero; e a lembrança, também sempre presente, de uma grande figura humana, de uma dama do Estado e da cidade de Porto Alegre, Dona Zaida Jarros. Muitos anos ao Jornal do Comércio e os cumprimentos aos empresários industriais do Estado do Rio Grande do Sul pelo Dia da Indústria. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, gostaria de saudar, também, o Ver. Bernardino, em especial, agradecer a cedência do seu tempo para mim, que poucas vezes venho a esta Casa, mas espero me tornar aqui, no ano que vem, uma presença mais constante.

Gostaria de falar sobre o meu Projeto, do qual eu já falei algumas vezes aqui, quando tive oportunidade, mas eu gostaria de contar com o grande apoio da cidade de Porto Alegre - porque, como a gente sabe, quando os Vereadores falam, é a Cidade que está falando - ao Projeto que cria o Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre. Eu sigo batendo nessa tecla, porque eu acredito ser muito importante a questão do planejamento familiar. E as pessoas que estão nos postos de saúde buscando solução para esses casos têm tido muitas dificuldades por falta de uma referência, e uma referência muito importante seria a criação do Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, primeiro eu acho que eu não faço mais do que minha obrigação, tendo em vista que V. Exª ainda é Suplente, mas certamente no ano que vem será Titular. Eu tenho certeza que o seu Projeto de Planejamento Familiar terá, nesta Casa, a unanimidade, porque é um Projeto necessário, e se encaminha nesse sentido não só a necessidade de se fazer aqui na Capital, como no Estado e no Brasil: planejamento familiar. Eu quero lhe cumprimentar.

 

O SR. DR. RAUL: Muito obrigado, Vereador. Eu acredito que esse é um assunto praticamente unânime dentro da sociedade. E faltam realmente ações mais propositivas e diretas, e eu acredito que nós estamos prontos, enquanto representantes da Cidade, para tomar essas ações e para fazer com que as coisas aconteçam, associados que somos com o Executivo.

Gostaria de usar mais um pouco do meu tempo para saudar algumas pessoas, alguns amigos que também aqui estão, como Washington Gutierres, como o Jomar, como o Zé Simões, pessoas que vieram aqui, já que eu estou assumindo, para me darem um apoio.

Gostaria de dizer também da minha preocupação, como médico, sobre a questão da municipalização da Saúde de Porto Alegre. Nós temos ainda uma ilha dentro de Porto Alegre, que é no Partenon, onde nós temos o Centro-Escola de Saúde Murialdo, que está passando neste momento por um processo de municipalização, que está na dependência só de acertos políticos, pequenos, porque já está acordada essa municipalização entre o Governo do Estado e o Governo Municipal, que só vai somar e trazer uma qualidade muito maior ao atendimento da população do grande Partenon. E acho muito importante que isso se materialize o mais breve possível, porque teremos maior número de Programas de Saúde da Família na Cidade e um atendimento maior.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, muito obrigado pelo aparte. Uma boa notícia: quando presidi a Comissão de Saúde da Casa, estavam lá o Ver. Oliboni e outros Vereadores, nós trabalhamos muito nessa direção; ainda era no Governo do PT. Em 1997 foi municipalizada, adotada a gestão plena em Porto Alegre e a única região que ficou com o Estado foi a região do Partenon. Acho que a assistência básica pode melhorar muito, qualificar muito, passando para o Município e, evidentemente, o Estado, através da Secretaria de Saúde, quem sabe, ampliar os prédios, manter os prédios. Então, acho que esse é um bom caminho, excepcional, e boa notícia.

 

O SR. DR. RAUL: Ótimo, Vereador. Estamos na mesma linha, e o Estado, nesse processo, continuaria com a parte de educação, com a parte de formação de médicos residentes e também de residência multidisciplinar, que, na realidade, envolve também residentes que são ali formados em psicologia, assistência social, na parte de enfermagem e nutrição. Então é essencial que continue esse sistema educacional e, ao mesmo tempo, que melhorem e se ampliem as condições de atendimento no grande Partenon para melhorar todo o atendimento na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Excelentíssimo Presidente Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quase sempre que me manifesto, venho fazer pronunciamentos que envolvam a saúde, minha missão na vida, minha missão no Parlamento. Então, eu quero começar dizendo da importância da Coordenação de Saúde no Extremo Sul que, sob a vigilância do Ver. Mario Fraga, nosso Vereador, e do Dr. Thiago Duarte, vem propiciando um maior número de consultas naquela região que estava abandonada. Num dos últimos pronunciamentos que fiz, mencionei o terceiro turno na unidade de Belém Novo - que se chama Edson de Moura Braga, por Lei desta Cidade, e ainda não foi lá colocado o nome. Então, queremos saudar a preocupação do Vereador e o trabalho do Dr. Thiago Duarte.

Mas se isso está bom no Extremo Sul, bem no Centro da Cidade nós temos um problema que agora podem as pessoas não estar se dando conta, mas que há de ser um problema grave que levará a calamidade aos leitos do SUS, que é o possível fechamento do vetusto, antigo, mas maravilhoso Hospital Beneficência Portuguesa.

A Beneficência Portuguesa tem perto de 150 leitos e seus funcionários estão todos em greve, porque não conseguem, por uma má gestão, que aconteceu num determinado tempo, se enquadrar no recebimento de seus sagrados salários, porque é falimentar o regime que governa agora a Beneficência Portuguesa!

Amanhã, às 10 horas, há um encontro com S. Exª, o Prefeito Fogaça, para que ele permita que a Beneficência Portuguesa retire, no Banrisul, um empréstimo de um milhão de reais; que ele faça fiança disso, porque a Beneficência Portuguesa recebe de 270 mil reais a 350 mil reais por trabalhos prestados por mês à Prefeitura, SUS, Porto Alegre. É lógico que o Prefeito pode fazer essa avalização, porque ele pode acertar as contas com a produtividade daquele Hospital.

Mas em relação ao Governador Rigotto – eu acho que nem é ele, com a sua assessoria, e aí está o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Bernardino Vendruscolo; o Ibsen não está, está trabalhando fora; mas está o Dr. Raul Fraga, o Haroldo de Souza -, a sua assessoria não tem querido nos receber para falar desse assunto, porque a Saúde/Rigotto, a Fazenda/Rigotto, o Planejamento/Rigotto tem que ajudar a salvar a Beneficência Portuguesa negociando com o Banrisul, para que ele passe ao Hospital um milhão de reais que serão avalizados pelo Governo Porto Alegre/Fogaça, sua Fazenda, seu Planejamento, sua Secretaria de Saúde, que informará ao Governador Rigotto que a Beneficência ganha 300 mil reais, 350 mil reais por mês. Portanto, podendo pagar esse empréstimo. Na verdade será um milhão e 400 mil reais, porque ela já está devendo 400 mil reais de uma folha no Banrisul.

Então, como demorou muito, ou melhor, não veio nunca o sinal verde do Governo Rigotto para conversar com o Presidente da Câmara, que é um homem preocupado com a Saúde, que é um homem que representa, não só o povo, mas também os Vereadores, então eles têm que receber, a Secretaria tem que mandar um e-mail logo! “Ah, nós não agendamos por telefone, nós não agendamos diretamente, nós só agendamos por e-mail!” E-mail, e-mail, e ninguém nos recebe! Eu preciso ajudar a salvar a Beneficência Portuguesa, ou não tenho outra missão nesta vida!

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, nosso querido Presidente, eu entendo perfeitamente e concordo com V. Exª Eu só faço uma pequena reclamação, se V. Exª tivesse me dito uns minutos antes, eu saberia agora lhe dar alguma informação, infelizmente não posso lhe dar, porque V. Exª não me falou antes. Agora, concordo com V. Exª, porque a situação é grave. E também registro que há uma falência financeira do Estado, e não é de agora.

 

O SR. DR. GOULART: Está certo. E neste caso nós queremos é um empréstimo no Banrisul, nós não queremos “um tostaozinho” do Estado, que deveria dar, que deveria se preocupar, já que não passa todo o dinheiro que tem que passar para a Saúde; eu queria é que avalizassem, sim, o empréstimo no Banrisul e que o trabalho da Beneficência Portuguesa pagasse esse empréstimo. Não podemos, neste momento, em que há 30 anos não se abre um leito novo, um hospital novo, no SUS, deixar que se feche a Beneficência Portuguesa; a sagrada, a maravilhosa, a necessária, a cuidadosa Beneficência Portuguesa; e deixar seus funcionários, que estão lá apenas tomando caldo de feijão, porque não podem comprar comida, o pão de cada dia.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há 26 mil, 663 dias, o casal Zaida Jaime Jarros e o Dr. Jenor Cardoso Jarros fundaram um jornal que hoje completa 73 anos! Desses 73 anos do Jornal do Comércio, 60 anos eu tenho acompanhado e ele ainda não se chamava Jornal do Comércio e era editado no Palácio do Comércio; ele era o Consultor do Comércio; uma parte dele era impressa e a outra mimeografada, porque trazia o movimento de mercadorias, de navios, que precisavam ser ajustados dia a dia, momento a momento. E eu lá compareci sabendo que tinham mimeógrafos, e pedi para que imprimissem polígrafos, que eu venderia no Colégio Júlio de Castilhos, onde eu era aluno. Isso me proporcionou uma fonte de renda que me deu condições de estudar com tranqüilidade.

Mas o Jornal do Comércio se atualiza momento a momento. O Jornal do Comércio, desde aquele primeiro dia em que o Dona Zaida e o Dr. Jenor resolveram fazer o jornal, vem, a cada dia, sendo aprimorado, atualizado, modernizado, trazendo informações de toda sorte, cultura, negócios, legislação, esporte, parte jurídica. É, realmente, um jornal completo, que dá para o seu leitor a satisfação de dizer: “Eu sou um homem bem informado, eu sou uma pessoa bem informada.”

A Dona Zaida, há pouco tempo, ainda estava, com mais de 90 anos, na presidência do jornal, e, todos os dias, quem fosse lá encontrava Dona Zaida, que a cada um de nós chamava de filho, meu filho. E quando ela dizia “meu filho” e queria resolver um problema na Cidade, podem ter certeza, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que o esforço era máximo, e ninguém tinha coragem de não atender àquela solicitação que ela fazia sempre em nome de terceiros que necessitavam. Nunca vi a Dona Zaida ou o Dr. Jenor pedirem alguma coisa para o Jornal; sempre para pessoas necessitadas.

Portanto o Partido Progressista - dos Vereadores João Carlos Nedel, Mônica Leal e deste Vereador - hoje traz um abraço afetuoso ao Jornal do Comércio, pedindo a Deus que ele siga sendo o que foi até hoje. Hoje o Jornal do Comércio é presidido pelo jovem, sangue novo, Mércio Tumelero, que tem um entusiasmo que realmente me surpreendeu, porque eu o conheço há muitos anos; sei que ele vinha de outra atividade, mas está conduzindo muito bem o jornal que Delmar Jarros lhe entregou, e lá está o nosso Jornal do Comércio fazendo parte do nosso dia-a-dia, trazendo as informações, trazendo crônicas, dando oportunidade a que os Vereadores, os políticos em geral escrevam na página quatro; então, servindo à Cidade, servindo ao Estado e ao País. É um jornal respeitado, e nós, do Partido Progressista, queremos que ele continue da mesma forma por muito, muito, muito tempo. E a toda aquela gente que faz o jornal no seu dia-a-dia, desde o mais humilde dos servidores do Jornal do Comércio até o seu Diretor-Presidente, o nosso carinho, a nossa mensagem de solidariedade e o voto de que prossigam na sua caminhada, bonita, como tem sido, cada dia melhor. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Terminado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 1693/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 064/06, de autoria da Ver.ª Angelica Konzen, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, o Programa de Incentivo e Qualificação Profissional para os Catadores e Recicladores de Lixo e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 2618/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 104/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Elieser Furini o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 1946 – Loteamento Wenceslau Fontoura, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 1755/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 068/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico Francisco Carlos Trindade Saratt.

 

PROC. N. 2274/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 092/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera a redação do art. 3º e inclui art. 3º-A na Lei n. 6.075, de 8 de janeiro de 1988, que estabelece a exoneração do pagamento da tarifa na falta de troco nos serviços de transporte coletivo do Município, fixando o troco máximo em trinta vezes o valor da tarifa.

 

PROC. N. 2410/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 096/06, de autoria do Ver. Marcio Bins Ely, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor César Saut.

 

5ª SESSÃO

 

SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que modifica a redação da alínea “f” do § 3º do art. 94 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), admitido dois requerimentos de cada espécie, por proposição, em cada sessão, ao PROC. N. 3677/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 110/05, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro. Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, parece que hoje estou falando muito, é a terceira vez que ocupo o microfone.

A Pauta é um momento importante da Sessão, em que acontece a análise dos processos que aqui passam, e, nessa análise, muitas vezes não ouvida pela maioria dos Vereadores, os erros são levantados, apontados, e fica tudo por isso mesmo; então, acontece que nós terminamos votando, de forma equivocada, projetos que, se na Pauta tivessem sido debatidos com amplitude, não aconteceriam, como ontem aconteceu a votação de um Projeto de antinepotismo, em que a Redação era inviável, que colocava os Cargos em Comissão em Plano de Carreira; isso não existe. Então, se atentassem para o que é dito na Pauta, não aconteceria.

Hoje, a Angélica Konzen, Suplente de Vereador, antigamente Irmã Angelica, conhecida do nosso Plenário, sempre lutando pelas coisas da Cidade, assumindo por dois ou três dias, apresentou um Projeto de Lei que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, o Programa de Incentivo e Qualificação Profissional para Catadores e Recicladores de Lixo.

O nosso problema no País não é falta de leis, é falta de cumprimento das leis. Já, no passado, esta Casa fez um Projeto de Lei Complementar, que foi vetado pelo Prefeito; derrubado o Veto aqui na Casa, a lei foi assinada e promulgada pelo então Presidente da Casa, Ver. Dilamar Machado, em 1992. A Verª Angélica pretende modificar esta Lei. É claro que ela não tinha experiência; ela saberia que uma lei complementar só pode ser modificada por outra lei complementar. Então, ela está apresentando um Projeto de Lei simples, o que não autoriza a fazer a apresentação, a aprovação do Projeto, mas isso é fácil de corrigir.

Mas eu não posso imaginar como eles conseguem realizar esses projetos sonhando com algumas coisas. Na Exposição de Motivos, ela diz (Lê.): “O Projeto de Lei pretende dignificar a relação dos catadores de lixo, propondo uma ação efetiva da municipalidade em favor desse segmento, ao mesmo tempo em que estimula as suas vinculações a entidades organizadas como forma de proteção e ascensão sociocultural e econômica.” - Mas ela também diz - “O Projeto de Lei terá reflexo das relações com animais usados por esses catadores, quase sempre contabilizando denúncias de maus-tratos, bem como incidirá sobre a qualidade de trânsito do Município.”

Ora, Sr. Presidente, não se pode fazer um Projeto de Lei determinando que a coleta seja feita por veículos motorizados. Não se pode impor ao Prefeito, à Administração, a maneira de fazer cooperativas, como será feita a reciclagem, como será feita a coleta, enfim, há uma série de coisas aqui com que a Verª Angélica Konzen não se preocupou.

Há um conflito, diz o nosso Procurador Cláudio Velásquez (Lê.): “Há um conflito de hierarquia de normas, em especial a alteração dos artigos 2º, 7º e 8º da Proposição, que conflitam com a Lei Complementar, que ela mesmo menciona, Lei Complementar nº 234 de 10 de novembro, e alterações posteriores”.

Então, há conflitos, e eu acho que o Projeto não deve prosperar. Eu acho que nós devemos exigir o cumprimento da Legislação existente; essa é a grande função do Vereador; não é fazer leis, é exigir o cumprimento da lei. Nós ficamos fazendo leis e mais leis e esquecemos do cumprimento da lei. E lei, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, deve ser clara, precisa e concisa, e não pode ser modificada depois de aprovada. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nesse espaço de discussão preliminar de Pauta, no mesmo diapasão do Ver. João Antonio Dib, quero discutir um pouco esse item envolvendo a questão do lixo.

O lixo pode ser um problema ou uma solução. Porto Alegre, na nossa avaliação, Ver. Dib, tem alguns indicadores de Administração Pública bastante avançados em relação a outros Municípios. Mas eu diria que, em relação ao lixo, nós estamos muito atrás de boas gestões a respeito de lixo domiciliar, seja ele orgânico ou reciclável. Porto Alegre produz mil toneladas de lixo por dia, e 20%, Verª Mônica, é lixo reciclável. Ora, se eu quero qualificar a questão do lixo, primeiro eu tenho de enfrentar a questão das carroças na cidade de Porto Alegre, que não podem ser combatidas como caso de polícia, mas tem de estar lincadas com a boa gestão do lixo. E como eu começo a gestar bem o lixo da Cidade, na minha avaliação? Primeiro, eu tenho de conscientizar as pessoas da necessidade de separar o lixo. Há poucos bairros que separam o lixo, e, naqueles bairros, Ver. Sebenelo, em que há coleta seletiva, uma grande maioria dos munícipes não separa o lixo. Esse é o primeiro problema, porque, se eu não tenho lixo reciclável, conseqüentemente, eu não vou ter separadores de lixo. Segundo, está provado que, se eu deixar o lixo misturado, em uma Cidade que tem milhares de desempregados como a nossa - e hoje não há um bairro que não tenha um carroceiro ou um carrinheiro em busca de um possível lixo reciclável - o que acontece na prática? Como há uma mistura do lixo, o cidadão já abre o saco de lixo na porta da casa do munícipe. Então, nós temos de encontrar uma gestão que tem de ter um recolhedor, se for terceirizado, ou se for do Município, isso não vem ao caso, mas que dê um destino final e que aumente os chamados Galpões de Reciclagem para que eu possa transferir este que recolhe o lixo lá na ponta, hoje, para ele continuar tendo o seu ganho. Nós temos 14 unidades de triagem, é muito pouco, Verª Mônica, nós precisamos aumentar, nós precisamos regionalizar. Eu não vou pegar um separador de lixo do Campo da Tuca e levá-lo para Restinga para separar lixo! Isso não é correto! Então, nós temos um sistema que precisa ser qualificado. Eu vou dar um outro exemplo que é um absurdo, nesta Cidade. Hoje, 100% do lixo está indo para Minas do Leão, a 100 quilômetros. Pois eu tenho uma estação de transbordo que fica lá na Afonso Laurencio Mariani, perto da Parada 4 da Lomba do Pinheiro. O lixo é recolhido na Zona Norte, cruza toda a Cidade, faz 25 quilômetros, vai até a Lomba do Pinheiro e depois cruza 25 quilômetros para sair da Cidade! Mas isso é um absurdo, Verª Manuela! Isso é gasto! Nós precisamos qualificar a questão do lixo com arranjos locais! Não dá para correr carroceiro “com facão na mão”, mas, se não tivermos um programa gradativo para daqui a 8, 10, 12 anos... Coloquem o prazo que quiserem, mas o sujeito que tem 60 anos não vai deixar de ser carroceiro, mas o filho dele pode ser transposto para uma outra atividade. Para isso tem de ter um programa específico! Pode ser com o dinheiro do Fonplata, pode ser com o dinheiro do BID, pode ser com dinheiro do Banco do Japão! Nós não vamos fazer um programa específico para isso, Ver. Sebenelo, com o dinheiro do IPTU! O carroceiro é gente! Então nós temos de parar e pensar. Há um acúmulo, nesta Cidade, de discussão sobre esta matéria! Nós temos de tomar atitude! Cada um com a sua responsabilidade! A Cidade tem de ter organização para todos, para o pedestre, para o carroceiro, para quem tem veículo, para quem dirige ônibus, mas, acima de tudo, essa é uma questão humanitária. Nós precisamos encontrar caminhos, e eu acho que este Projeto pode servir a esta discussão, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente dos trabalhos, Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TVCâmara, pessoas que estão presentes neste plenário, hoje ocupo esta tribuna muito satisfeita, extremamente recompensada, na medida em que fui avisada pelo Executivo de que o Disque-Pichação começa a funcionar hoje. E o Disque-Pichação nasceu nesta Casa, nesta Câmara, nas muitas reuniões feitas neste espaço, na COSMAM, no plenarinho; por muitas vezes nós discutimos, convocamos diferentes autoridades, para que chegássemos juntos a uma solução para o problema que assola a nossa Cidade, que, pouco a pouco, nos rouba a história da Capital dos gaúchos.

Então, neste momento, gostaria de dar esta notícia, em primeira mão, aos senhores, meus colegas Vereadores; sei que muitos torceram, alguns por muitas vezes ocuparam esta tribuna, também interessados em resolver esse problema que a todos preocupa, que é a destruição do patrimônio público, e também o privado, com as pichações, fato esse que, desde o início, me mostrei extremamente empenhada em resolver.

Então, levei a idéia para a COSMAM, o Executivo a acolheu, e hoje está aqui o Disque-Pichação, que começa hoje, através da Secretaria de Segurança Urbana e Direitos Humanos, na gestão do Secretário Kevin Krieger.

Aqueles que forem pegos estragando, destruindo o patrimônio público, serão identificados e sofrerão a penalidade de deixar aquele bem devidamente arrumado, porque esses fatos estão sendo considerados como crimes ambientais.

Dessa forma, o Secretário Beto Moesch, Secretário do Meio Ambiente, também em parceria com esta Casa, assim como o Secretário Kevin Krieger, todos trabalhamos por meio da COSMAM, nesta Casa, que representa a cidade de Porto Alegre, o povo de Porto Alegre. Este é o momento em que eu trago esta boa notícia e gostaria de comemorá-la com os senhores.

Por outro lado, eu não posso me furtar de fazer um comentário, até porque o assunto em questão, um tema tão preocupante, é o da Segurança Pública, ao ler no Jornal do Comércio a chamada - a gente, em jornalismo, diz a “chamada” - que tem o subtítulo “É brincadeira”, e eu gostaria de ler para os senhores a seguinte chamada do Jornalista Fernando Albrecht: (Lê.):“ A oposição tem toda a razão quando reclama da falta de recurso para a Segurança. O Congresso aprovou e o Presidente Lula sancionou a verba 2006 deste item do Ministério da Justiça, apenas em 590 milhões”. Pior, houve uma redução de 9,7%! Aí o jogo é duro; periga o orçamento do PCC ser maior. É claro que Segurança Pública é caro! Os homens ganham mal! Eles não têm condições para revidar a situação e as armas dos criminosos que, cada vez mais, estão melhor aparelhados. Então, eu gostaria de dizer que não sou eu uma simples Vereadora da Capital dos gaúchos quem declara que a verba foi diminuída. E também não sou eu, Vereadora desta Cidade, quem fala que o Presidente Lula diz que a criminalidade e o avanço da violência são uma questão social. E essa foi uma declaração do próprio Presidente do nosso País.

Eu só perguntei nesta tribuna, se é um problema social, o que faz esse senhor, quatro anos presidindo um País, já que essa questão é social?! Pode ser que ele não saiba, porque ele, realmente, não sabe muita coisa.

Mas, como nem tudo são tristezas, temos para comemorar o Disque-Pichação e que a cidade de Porto Alegre dá um passo importante na coibição desse crime, porque isso é um crime; são pequenos delitos que levam a crimes maiores. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu volto a esta tribuna para socializar uma informação que diz respeito às rádios comunitárias. Eu concebo as rádios comunitárias como instrumentos de cidadania, como instrumentos de interação entre o Poder Público, entidades não-governamentais e a população, em geral, nas boas causas de uma comunidade. Porque, afinal de contas, as pessoas moram num bairro, moram numa região, e, se as coisas não estão bem na sua região, no seu bairro, é evidente que isso é um transtorno para uma comunidade. Presidente Braz, ex-Presidente Elói, nós temos, aqui, aquilo que eu chamo de distrito-cidade, que é Itapuã, um dos lugares mais extraordinários que esta terra já produziu, que é o nosso Distrito de Viamão, lá em Itapuã, no encontro da Lagoa com o Lago Guaíba, há uma rádio comunitária que funciona há bastante tempo, e a Associação Comunitária encaminhou a papelada ao Ministério das Comunicações. Aliás, no Governo da República tem sido assim, as coisas não funcionam e, portanto, não concederam a liberação da Rádio. O que fez a Associação, Ver. Elói? Foi à Justiça, buscou antecipação de tutela e há mais de seis anos, cinco anos, a Rádio funciona. Pois, agora, nessa semana passada, aparece lá a Polícia Federal, com metralhadora, arromba o cadeado da Rádio, junto com esta Anatel, que não faz nada na defesa dos consumidores de uso de telefone.

Eu mesmo já levei cinco, seis, denúncias lá! E não fazem nada! Mas, para fechar a Rádio comunitária, eles são de uma eficiência bárbara! É bárbaro! A Polícia Federal se prestou a esse papel: acabou o AI-5, acabou a ditadura. Não, isso não vai ficar assim! Isso não vai ficar assim, não, porque existe uma coisa no Estado Democrático de Direito que é o devido processo legal, ninguém pode entrar na minha casa sem um mandado, ninguém pode entrar numa rádio sem um mandado judicial. Peticione, busque na Justiça um veredicto e faça o procedimento, mas faça ao abrigo da Lei. Esta Polícia Federal, que para prender poderosos tem uma enorme dificuldade, faz muito barulho, e esta Anatel, que com os pequenos, sim, aí arruma, faz essa parafernalha, fecha a Rádio, mas para combater “as Brasil Telecom da vida”, que rouba do povo, nada faz, porque, melhor do que uma companhia telefônica, só uma outra companhia telefônica, ou talvez um banco.

O poder da Anatel é de fiscalizar! Eu vou citar um caso concreto, no Bairro Cantagalo, que está enquadrada pela regulação da Anatel que, quando tem um x número de moradores, é obrigado a ter telefone fixo, e por que não coloca? Porque tem que ter investimento. Isso acontece, Ver. Braz, em várias outras comunidades, e para isso a Anatel faz um silêncio sepulcral. E não quer dizer que é só desta gestão do Governo Lula, não, vem da gestão também lá de trás. Portanto, não é uma coisa só deste Governo, aliás, acho que o cidadão que está lá, já está lá há muito tempo.

Agora, eu quero dizer aos senhores que isso não vai ficar assim. Nós vamos levar isso adiante, nós vamos averiguar, porque ninguém tem direito a fazer isso, com arma na mão, botar arma na cabeça de uma senhora, de crianças que estavam na Rádio e levar o aparelho embora. Não vão fazer isso!

Segundo, meu querido Ver. Goulart, V. Exª é um paladino da Saúde, mas eu quero informar a V. Exª que o Banrisul, logo ali atrás - e eu quero dizer que tivemos um papel quase decisivo -, emprestou 400 mil à Beneficência Portuguesa, que vai começar a vencer em julho agora. A Direção já esteve no Banco, já falei com o Presidente, falei com o Vice, eles já estiveram lá, mas o Banrisul segue regras comerciais. Está analisando; não está dizendo sim ou não ainda, mas está analisando. Agora, eu não quero um banco do Estado, nem no Governo do Germano Rigotto ou em qualquer outro Governo, que tome decisões políticas só para emprestar, sem as condições técnicas. Aí, então, me desculpem, chegou a esse passivo que o Estado do Rio Grande chegou, inclusive, esta dívida que está aí, de 19% da receita líquida, os senhores sabem que, quando da sua federalização, eram dívidas do Banrisul. Porque, especialmente ao longo dos governos da ditadura, não se olhavam nem a ficha nem as condições técnicas ou aval, mas se eram amigos do rei. Então, nós não podemos ter um banco nessa condição. A causa da Beneficência é a causa da Saúde, é justíssima! Todos nós, 36 Vereadores, estamos nela: no Hospital Vila Nova, no Beneficência. E eu quero dizer que vamos nos somar, aliás, vamos continuar lutando. Agora, é necessário. E se a audiência foi pedida com o Governador, com certeza o Governador vai atender. Agora, o Governador não pode é tirar uma decisão da Direção do Banco. Isso ele não vai fazer, não deve fazer e não pode fazer. Nem o Germano e nem outro Governador. O Banco tem Direção! Mas eu acho que a causa da Saúde é uma causa justa e acho que é um crime fechar o Beneficência. Lá tem um déficit de 100 mil reais/mês, que já foi de 300, e que se não for enfrentado, pode arrumar 1 milhão hoje, pode arrumar 2 milhões amanhã, 3 milhões daqui a uns dias, o que não vai dar certo. Nós temos que enfrentar é como dar mais serviço ao Beneficência Portuguesa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Melo.

Informamos que a Verª Neuza Canabarro está representando a Câmara na Solenidade de confraternização da Associação Porto-Alegrense de Cidadãs, hoje, às 15h30min, no Plaza São Rafael.

Informamos que o Ver. Carlos Comassetto estará representando esta Casa no 2º Encontro Nacional da FRENAVRU, a ser realizado nos dias 26 e 27 de maio de 2006, em Curitiba, Paraná.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, estamos aqui para a discussão preliminar de Pauta e venho mais para elogiar dois colegas que têm projetos em Pauta. Primeiro, o colega que é o atual Secretário Municipal de Obras e Viação, Ver. Maurício Dziedricki, que protocolou nesta Casa um Projeto que concede o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao músico Francisco Carlos Trindade Saratt, o Chico Saratt - irmão do João Batista, colega da Casa -, que muito tem abrilhantado os eventos da nossa Cidade, do nosso Estado, e também tem feito algumas apresentações particulares para empresas privadas. Nossos parabéns ao Ver. Maurício Dziedricki por conceder esse Prêmio a uma pessoa que tanto merece o nosso reconhecimento, o reconhecimento da nossa Cidade e, em especial, desta Casa e dos Vereadores de Porto Alegre.

Em segundo lugar, quero dizer da minha opinião a respeito do Projeto da nossa colega, Verª Angelica Konzen - que passou aqui por esta Casa e deixou a sua marca -, que institui, no âmbito municipal de Porto Alegre, o Programa de Incentivo e Qualificação Profissional para os catadores e recicladores de lixo, ou seja, ela teve essa preocupação com uma classe tão desassistida, na última década, na nossa Cidade. Venho a esta tribuna para dizer que me somo a essa preocupação. Esta nova licitação do DMLU que tanto está sendo falada pela nossa imprensa - eu fui assistir a audiência pública que o DMLU fez, no mês de abril, dia 12, o lançamento do Edital – contempla, em parte, este Projeto da Verª Angelica Konzen, que institui dentro do DMLU diversos programas de qualificação profissional para essas pessoas que trabalham com o lixo da nossa Cidade, esse ramo tão delicado.

Então, Ver. Luiz Braz, acho que os méritos são da Verª Angelica Konzen que teve essa preocupação e também para o nosso Governo que teve a preocupação, no DMLU, de colocar diversos programas de qualificação profissional para essa classe que tanto necessita. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com o mais profundo respeito ao esforço e à postura da nossa Verª Angelica Konzen, ao seu Projeto, considero o trabalhador do lixo desgraçadamente como lixo social; eu não, mas todos os pensadores modernos. Desgraçadamente, a periferia da Cidade vai aos poucos acumulando porções de desemprego insuportáveis, chegando a níveis de uma verdadeira procissão de todos os indicadores de miséria, de doença e de infelicidade. Entre elas o que resta, assim como o lixo, é o resto da sociedade, as pessoas que trabalham com o lixo são consideradas como o resto feio, esteticamente feio, da sociedade, e por isso são marginalizadas, sujas e, por isso, tendo como patrocínio apenas o Senhor Deus dos desgraçados.

Esse Projeto é um alerta, é um libelo para a humanidade, para a nossa Cidade, para o nosso Estado e para o nosso País, para, da forma mais berrante possível, dizer que é insuportável, socialmente, o convívio com os trabalhadores do lixo. Eles ganham o resto, eles ganham uma miséria, eles são submetidos a esforços tais que, como bem avaliou o Ver. Sebastião Melo, passam a ter inúmeras conotações, seja no transporte do lixo, etc. E quantas vezes vimos, pelas ruas desta Cidade, os seres humanos transformados em animais de tração, levando lixo até um depósito?

E por que não escolas profissionalizantes? E por que não ensino de outros pendores das pessoas, que não seja a miséria do lixo? O lixo não é uma solução! O trabalho do lixo não é um bom trabalho! É um trabalho absolutamente insalubre! É um trabalho que precisa de equipamentos de proteção individual, que os trabalhadores se negam a usar. É um trabalho desassistido. Talvez as pessoas entendam que a exclusa - talvez, os governantes, a classe política, a classe que tenha vontade política de mudanças no País - entendam que o processo desenvolvimentista livraria essas pessoas do lixo; o desenvolvimento, a empresa, a indústria.

Nós estamos, no País, hoje, sentindo um processo de desindustrialização, Ver. Ervino Besson, a nossa indústria está-se atrofiando! Estão aumentando os trabalhadores no lixo! Transformando-se no lixo humano; no lixo social, insuportável de ser carregado, insuportável de se conviver com o que há de maior insucesso social e necessitando, desesperadamente, de medidas que façam, por meio do desenvolvimento, a provisão de empregos no País do desemprego, do desespero, da insegurança, mas, principalmente, da desesperança! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu até gostaria de ver esse Projeto que entrou para discussão em 1ª Sessão, um Projeto de qualificação profissional e incentivo aos catadores e recicladores de lixo. Nós estamos exatamente, neste momento, vivendo uma transição importantíssima na cidade de Porto Alegre, na minha opinião, muito pouco discutida, com pouquíssimas pessoas, Ver. Dib, e nós só vamos sentir as conseqüências daqui a um tempo no Orçamento e na vida das pessoas.

Eu tenho o maior carinho pela Verª Clênia Maranhão, mas ela disse que eu venho repetir uma coisa que não é verdade para torná-la verdade, e ela alega os Diálogos da Cidade, assim como também o faz o Ver. Sebastião Melo. Uma coisa é dialogar, é abrir espaço lá na Tristeza, durante o dia, sem deixar os funcionários participarem, e outra coisa é deliberar com a Cidade algo tão fundamental quanto essa questão, que inclui exatamente o destino dos catadores e recicladores de lixo.

Eu já vejo que, aqui no Projeto, não está a recuperação de um dos projetos deixados pela Administração Popular, contendo mil páginas, pronto, engatilhado, Ver. Luiz Braz, com a Elotrosul, com a CGTEE, para que se venda energia produzida exatamente da reciclagem do lixo domiciliar misturado na cidade de Porto Alegre, que geraria mil empregos, que poderia tirar mil pessoas das suas carroças, oferecendo-lhes um lugar digno de trabalho, aqui na entrada da Cidade, separando o lixo, com condições adequadas, preservando o meio ambiente, gerando gás metano, que geraria energia, gerando créditos por proteção do ambiente, recursos para Porto Alegre.

Foi feito um estudo longo com esse Projeto. Eu já falei da tribuna, mas vou repetir, porque acho que não é justo com a cidade de Porto Alegre, quando troca-se o Governo, que a Cidade desacumule, perca, inclusive, recursos investidos, como é caso do Ecoparque, em Porto Alegre, que era uma solução importante para mil papeleiros; mil papeleiros que conduziriam carroças e que continuam conduzindo carroças.

Então, eu acho que é falácia, enquanto se toma o rumo da terceirização total e absoluta do DMLU, uma Vereadora da base do Governo, que é funcionária e Coordenadora de Recursos Humanos da FASC, dizer que quer humanizar e qualificar os recicladores, porque a terceirização, Ver. Haroldo, o Edital já está na rua, ele fala em 405 milhões de reais. E, fazendo uma conta, porque ali naquele Edital não está o aterro sanitário lá do Santa Tecla, lá de Minas do Leão, somando o valor da Cootravipa, dos 405 milhões e do aterro lá em Minas, vai dar o dobro; com a terceirização em Porto Alegre, vai dar exatamente o dobro do que se gastava até o ano de 2004. Com tudo, não com a terceirização, mas com todo o trabalho que está previsto no Edital: o dobro, de 4 milhões nós vamos para 8 milhões! Oito milhões para o mesmo serviço! Dá para dizer que tem a conteinerização! Mas a conteinerização está prevista em dois bairros: Rio Branco e Boa Vista, dois Bairros centrais, em um projeto-piloto pequenininho, o que dá pouquíssimo recurso.

Então, essa decisão, para mim, é uma decisão não-explicada na cidade de Porto Alegre, oito milhões significam o dobro do que se gastava, e três milhões, o custo dos funcionários. Os funcionários não foram eliminados. Ontem eu perguntava para um funcionário do DMLU onde estavam os funcionários que mantêm a frota de caminhões próprios da Prefeitura, porque não vai precisar mais, vai ser tudo terceirização. “Ah, eles estão por lá! Eles estão fazendo alguma coisa!”

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Não, eu estou falando dos recicladores e do lixo. Os funcionários tiveram as suas horas extras retiradas, mas eles permanecem na Prefeitura. O custo dos funcionários se mantém, vai se dobrar o custo do trabalho com a limpeza nesta Cidade e mais os três milhões dos funcionários: onze milhões vai ser o custo, Ver. Mario Fraga.

Eu não acredito que a Cidade, se pudesse opinar, votaria por ter a sua Cidade suja, está aqui, olha o Guaíba como está... (Mostra foto de jornal.) ...e a situação das praças, a situação da Cidade, uma Cidade mais suja. Em todos os programas de rádio a que a gente vai só chegam e-mails dizendo isso.

Nós vamos gastar o dobro, e aí vem uma Vereadora da base do Governo, que é parte do Governo e quer, então, capacitar os recicladores. Será que sobrarão recicladores? Quem é que ganha com isso? Quem vai pagar essa conta? Em que área que nós vamos reduzir recursos orçamentários para pagar mais por uma opção privatizadora do Governo Fogaça, que já foi denunciado aqui, várias vezes, pela Verª Margarete, em relação ao Auditório Araújo Vianna?

E nós vamos seguir denunciando, porque a cidade de Porto Alegre não merece isso, não escolheu este Governo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente vou falar, com relação à reunião de hoje de manhã, mais especificamente sobre a Comissão Especial do Conselho Tutelar, na qual, hoje, fiquei na parte inicial e, depois, a Verª Mônica Leal assumiu a presidência, fiquei sabendo que de forma brilhante. Parabéns, então, Verª Mônica.

Ouvimos o Corregedor dos Conselhos Tutelares e mais o Conselheiro da Região 4, Giovani, que veio falar em nome de todos os Conselheiros Tutelares, inclusive trazendo algumas sugestões para a mudança da Lei.

Já está a Comissão com um cronograma das diversas reuniões, serão 12, e nessas reuniões, já num crescer, a idéia é fazer todas aquelas entidades que atuam de uma forma direta ou indireta com a criança e o adolescente a participarem na Comissão.

Também ficou estabelecido que será realizada uma reunião com as Câmaras Municipais da Grande Porto Alegre, ou seja, participantes da Granpal, para que, talvez, possamos elaborar em conjunto uma legislação, não só para Porto Alegre, mas para a Região Metropolitana. E essa legislação para a Região Metropolitana, tenho a certeza de que ela poderá ajudar, e muito, principalmente essas crianças que vivem em situação de risco e vulnerabilidade no Município de Porto Alegre, já que sabemos que mais de 40% - vejo também o Ver. Ervino Besson, que participou da reunião - das crianças que vivem na rua, em Porto Alegre, não moram em Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib. Moram na Grande Porto Alegre e diariamente aportam aqui - mais de 40% das que vivem na rua em Porto Alegre.

A idéia, então, é trabalhar de forma conjunta: se cada Município fizer a sua parte, temos a certeza de que nós poderemos, e muito, minimizar - não vou dizer resolver, Dib - a situação dessas crianças no Município de Porto Alegre com uma legislação pela qual o Conselheiro Tutelar possa realmente conhecer a questão do Estatuto da Criança e do Adolescente, e possa ter uma vivência efetiva no trato com a criança e o adolescente no nosso Município.

Nesta parte final, ouvi atentamente a fala da Vereadora-Líder do Partido dos Trabalhadores, Verª Sofia Cavedon, que colocou a sua preocupação justa e fraterna, acho que esse é o papel de quem quer colaborar com a Cidade, mostrando as dificuldades que estão tendo com as praças do Município de Porto Alegre.

Mas vejo, Ver. João Bosco Vaz e Ver. Mario Fraga, que recentemente ocuparam a Secretaria Municipal de Esportes, que havia uma situação atípica do Município de Porto Alegre, que é uma situação, Ver. João Bosco Vaz, que não era desta Legislatura, já era da Legislatura passada; ou seja, Secretaria Municipal de Esportes, DMLU e SMAM. E a Verª Sofia sabe bem como funcionavam essas três Secretarias: muitas vezes pessoas de um órgão passavam numa praça, viam que estava suja, mas não faziam uma autuação. Diziam: “Essa praça não é do DMLU, essa praça quem tem que cuidar é a Secretaria Municipal de Esportes.” Aí, representantes da Secretaria Municipal de Esportes passavam e diziam: ”Não, essa aqui quem tem que cuidar é a SMAM.” O que o Prefeito Fogaça fez? Reuniu os três entes e definiu que minimamente a SME vai fazer algumas coisas ainda, a SMAM, mas o grande trabalho, de forma coordenada, é feito pelo DMLU. Então eu acho que isso aí já foi resolvido, e muito. Claro que o Prefeito Fogaça não tem a vocação que tinha o anterior Governo para pintar os meios-fios, que foi uma marca, algo que consagrou a Cidade - não tem essa vocação. Mas ele, sim, podem ter a certeza disso – e agradeço, Verª Sofia, essa preocupação –, quer ver os nossos parques e praças públicas bem cuidados, com trabalhos de relevância social, como é feito na questão do esporte, uma fiscalização mais atual e atuante junto à SMAM.

Então eu entendo que toda vez que esses assuntos forem tratados e trazidos aqui para esta Câmara, nós temos o dever e a obrigação de comunicar ao Sr. Prefeito e às Secretarias. Mas eu tenho também o dever e o direito de trazer e dizer, de público, que quanto a esse problema o Prefeito Fogaça já teve esse cuidado, reunindo DMLU, SMAM e a Secretaria Municipal de Esportes. Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Srs. Vereadores, não havendo mais lideranças inscritas... Eu vou solicitar que todos os Vereadores que queiram se inscrever em Liderança o façam com antecedência, porque se mandarmos abrir o painel, nós não vamos mais aceitar inscrições para Liderança.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste, quero aqui também cumprimentar os Vereadores do Interior, entre eles o Valdir Mauren, que aqui está, de Rio Pardo.

Eu quero, em nome do Partido dos Trabalhadores, cumprindo o Regimento Interno, falar de um tema da atualidade e é um tema que diz respeito às questões locais. Porto Alegre não é uma ilha, está inserida no contexto nacional, e temos problemas gravíssimos em Porto Alegre, como em outras cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil. Vou iniciar me referindo a dois temas - Verª Sofia Cavedon, nossa Líder -, Segurança e Saúde. E o que tem isso a ver com o Governo Federal e o desempenho que tem tido este Governo nas pesquisas? E principalmente nas duas últimas pesquisas que foram anunciadas ontem, que revelam que ele seria vitorioso, sob todos os pontos de vista, no primeiro turno do processo eleitoral, se fosse hoje.

Começo falando da Saúde, e aí nós temos que fazer um comparativo das questões da Saúde, senhores, senhoras, e prezados ouvintes: no rosto do documento que recebemos hoje em pauta, o Governo Federal está repassando 585 mil reais ao Município de Porto Alegre. E isso não é hoje, todo o dia há repasse do Governo Federal para a Saúde do Rio Grande do Sul e para a Saúde de Porto Alegre. Eu faço aqui uma pergunta para a base governista do Governo Rigotto, do Rio Grande do Sul, que prometeu um Posto de Saúde a cada quilômetro: onde estão os repasses de Saúde para Porto Alegre do ano de 2005 e 2006?

Os senhores e as senhoras sabem o que foi repassado, Ver. Haroldo de Souza - V. Exª que é da base do Governo? Zero! O Governo Rigotto está devendo para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul um bilhão de reais para a Saúde Pública.

E esse é o tema também Saúde Pública, lá dos sanguessugas; hoje está nos jornais, de novo. E eu não vi a base do PSDB vir a esta tribuna condenar o roubo que estão fazendo, lá, os seus Deputados, retirando dinheiro da Saúde Pública de todo o País, apoiando e desenvolvendo o tema da ambulancioterapia - ou seja, de trazer doentes de todos os cantos do Rio Grande do Sul para Porto Alegre, em vez de fortalecer os pólos de desenvolvimentos da Saúde no Interior do Rio Grande do Sul. Esse é o tema atual e isso diz respeito a Porto Alegre, Verª Mônica. Vamos lá: V. Exª veio à tribuna para condenar o Governo Federal pela questão da Segurança Pública. Quem governa São Paulo, desde 1988? É o PTB, é o PMDB, é o PSDB por duas gestões. E aí? Quem é o responsável pelo caos da Segurança Pública em São Paulo? É a gestão estadual! Assim como o foi a gestão estadual com o Dep. Otávio Germano, da sua base, do seu Partido. E não sou quem está dizendo, estão aqui os jornais de hoje, queria que mostrassem. (Mostra jornal.) Onde estão os PMs na Capital gaúcha e no Rio Grande do Sul? Onde está a Segurança? Não sou quem está dizendo; é a imprensa rio-grandense que está dizendo isso: a pior gestão da administração pública da Segurança do Rio Grande do Sul significa Otávio Germano como liderança da Segurança - liderança entre aspas – e significa Germano Rigotto.

Os repasses da Saúde e para a Segurança, do Governo Federal, são feitos regularmente. É por isso que o Presidente Lula vence todas as possibilidades, como se fosse hoje, no primeiro turno; que venha Alckmin! Que venha Serra! Que venha Pedro Simon! Que venha Garotinho, que já foi. Todas as possibilidades são vencidas hoje pelas duas pesquisas, pela Census e pela Datafolha, pelo Presidente Lula.

Por que, Verª Mônica? É isso que nós temos que discutir. Porque o Governo Federal cumpre as políticas sociais, cumpre o resgate da cidadania no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, de Sul a Norte, de Leste a Oeste deste País.

Para encerrar, Sr. Presidente, o Governo Federal vem cumprindo; o Governo Germano Rigotto deixou a desejar, e nós padecemos aqui na base. Até a vitória!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Haroldo de Souza, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras, senhores que nos assistem nas galerias e pessoas que nos assistem pelo Canal 16, da TVCâmara, eu saúdo a todos. No dia de hoje, pela manhã, ocorreu a última reunião da CPI desta Casa, presidida, com muita competência, pelo nosso querido colega Ver. João Antonio Dib, e quem solicitou a CPI foi a Verª Neuza Canabarro, Relatora da CPI.

Mas eu quero dizer aos nobres colegas Vereadores que a CPI... Meu caro Ver. João Antonio Dib, eu tenho visto V. Exª, muitas vezes, dando entrevistas e dizendo que a CPI não foi criada para “caça às bruxas”, e, sim, num outro sentido.

O maior patrimônio desta Nação, sempre digo, é a família, e o segundo maior patrimônio são os funcionários públicos - esses são os verdadeiros patrimônios que conseguem levar adiante a máquina administrativa. E deu para sentir nessa CPI, em todas as visitas que nós fizemos em diversas escolas e em outras instituições, que esta Casa, durante o período regimental... E o que se viu da população de Porto Alegre é que essa CPI trará grande benefício para a nossa Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não foi criada esta CPI para caçar bruxas, como foi dito por muitos segmentos. Esta trará um resultado final, a ser apresentado no Relatório, daqui a alguns poucos dias, neste Plenário, para todos Vereadores e Vereadoras, que terão oportunidade de conhecer tudo o que foi visto, todos os dados que a CPI levantou e que, sem dúvida, trarão um grande benefício para o Executivo Municipal, porque os dados são extremamente importantes.

E um dado que chamou muita atenção, meu caro Presidente, foi o levantado em uma Escola, por nós visitada, onde a Diretora disse que não conhece uma das professoras, porque esta professora está há cinco anos em licença de saúde! O que há com essa pessoa e com tantas outras que estão há vários anos em licença de saúde? Talvez esta CPI traga algo de novo para recuperar a auto-estima desses funcionários. Por que tanto tempo em licença de saúde? O que está faltando para esse funcionário? Talvez uma conversa para recuperar a auto-estima dos funcionários, esta foi uma das intenções da CPI.

Portanto, quero, aqui, parabenizar a iniciativa da Verª Neuza Canabarro, porque foi um brilhante trabalho, realizado pelos Vereadores que participaram desta CPI, visitando escolas, instituições, e onde se sentiu, das pessoas que nos atenderam e nos deram os dados, uma tremenda simpatia. Por quê? Porque as pessoas também sentem a necessidade de tentar fazer algo. Como já disse, quem leva a máquina administrativa são os nossos funcionários, e esses funcionários têm de ter auto-estima para trabalhar; e vão ver por que dessa grande quantidade de licenças de saúde que nós temos.

Portanto, parabéns pela idéia, Verª Neuza. Agradecemos a todas as escolas, em nome de toda a Comissão, pela forma como nós fomos atendidos e pelas informações que nós conseguimos obter em todas as nossas visitas.

Para encerrar, meu caro Presidente, como sugestão, acho que em todas as escolas públicas municipais e estaduais, nas creches, nas missas, nos cultos, enfim, de todas as religiões também devem comentar com os nossos alunos, com nossos jovens, com todos, sobre a agressão que está recebendo o nosso Lago Guaíba. (Mostra jornal.) Que tristeza! Praticamente, o Centro da cidade de Porto Alegre é um verdadeiro lixão; isso nos envergonha. A população, os turistas que têm oportunidade de ver e visitar o nosso querido Lago Guaíba, vêem essa imagem que nos envergonha! Meu caro Presidente, que falta de educação desse povo! Vamos discutir, nesse fim de semana, em todos os segmentos e mostrar esta foto que saiu no jornal Zero Hora. Que vergonha para nossa Porto Alegre a agressão que está recebendo o nosso querido Lago Guaíba. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. Ervino Besson. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no dia de hoje, eu tive, por duas vezes, a impressão de viver em um mundo diferente do das outras pessoas, das pessoas que falavam para determinado público. Hoje eu vi, pessoalmente, o Governador deste Estado, Governador Germano Rigotto, em uma solenidade muito bonita em homenagem ao Dia da Indústria, e ao Jornal do Comércio pelos seus 73 anos, falando sobre o Estado em que vivemos. Eu cheguei à conclusão de que, ou o Governador, ou eu, vivemos em Estados diferentes. Quando o ouvia comentar a respeito do grande desenvolvimento industrial pelo qual nosso Estado passa, pelos investimentos gigantescos que causam, segundo ele, centenas e centenas de empregos para os gaúchos e gaúchas, eu cheguei à conclusão de que o Governador não se informa sobre os números do tremendo desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Interior do nosso Estado. Eu respeito profundamente o Deputado Kalil Sehbe, que foi um dos homenageados, mas ouvir o Governador dizer que este Estado, Ver. João Antonio Dib, investiu na produção de conhecimento, quando a gestão deste Governador trata de liquidar, cotidianamente - porque não é corajosa o suficiente para acabar de uma vez por todas -, com a nossa Universidade Estadual. Não é tese, não é visão de Estado. É algo objetivo, o conhecimento se produz, o conhecimento que serve para o desenvolvimento de um Estado, de uma Nação, produz-se dentro deste Estado e desta Nação, fundamentalmente pelas Universidades públicas. Isso não é invenção, isso não é opinião; isso é fato, isso é a história do nosso País. O este País produziu, nos últimos 40 anos, de conhecimento, de desenvolvimento foi a partir das nossas Universidades. Ora, o Governador não sabe os números da Universidade Estadual; o Governador desconhece - e a imprensa não fala nisso, os Deputados não falam nisso, as pessoas ligadas à Educação se esquecem disso -, que os estudantes da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre - para não citar os campos que foram fechados - têm aula dentro do Hospital Psiquiátrico São Pedro - e não é aula na área de Saúde, Ver. João Antonio Dib, é de Pedagogia. Então eu acho que nós devemos ser mais sinceros com nós mesmos. Eu acho que nós vivemos num só Estado, um Estado que vive uma profunda crise. É uma crise estrutural, sim, mas também é uma crise de gestão. É uma crise de quem não teve a capacidade, por exemplo, de sentar com o Governo Federal porque comprou enfrentamentos mesquinhos para tratar da questão do setor coureiro-calçadista deste Estado, prejudicado, é verdade, com a política de câmbio, mas não só com essa, com a inabilidade do Governador Germano Rigotto. Ao ouvir o Sr. Governador eu tive a sincera impressão de que ele absolutamente fez mais quando esteve fora, trabalhando pela sua pré-candidatura furada, malcalculada à Presidência da República, do que no longo período, para nós, gaúchos e gaúchas, em que ficou à frente do Piratini.

E outro momento de muita infelicidade que tive no dia de hoje foi pela manhã, e acho que nós temos de registrar os debates que estes Vereadores e Vereadoras desta Casa fazem, quando debatemos o Veto dos Vereadores - político neste Plenário – à Lei que barrava o nepotismo na nossa Cidade. Eu queria trazer o número para a reflexão dos senhores e das senhoras: 73% dos cidadãos paulistanos acham que a responsabilidade pelo escândalo de Segurança Pública naquele Estado é em decorrência da falta de trabalho do Poder Legislativo, quando todos nós sabemos quais são as atribuições do Legislativo, e que pouco o Legislativo poderia fazer naquela situação.

É muito mais responsável o ex-Governador que abandonou o seu Estado, Geraldo Alckmin; é muito mais responsável o atual Governador do PFL, que tem partido representado nesta Câmara, o Claudio Lembo.

Mas as pessoas identificaram que o Legislativo era responsável em parte,ou em grande parte, pelo escândalo da Segurança, em São Paulo.

Acho que, quando nós tomamos medidas, como alguns Vereadores tomaram aqui, ontem, e tentaram justificar, agredindo-me, hoje pela manhã, num programa de rádio, quando se toma decisões desse tipo, nós temos que saber que, para além da questão política envolvida de termos funcionários mais qualificados, de termos um corpo que trabalhe e que não tenha relações pessoais neste Parlamento, devemos saber que esta é a imagem que nós estamos construindo.

A população, Ver. Mônica, é rápida, a população faz o vínculo daquilo que vive com aquilo que identifica que está errado. Ela pode se confundir, como se confundiu em São Paulo, mas se o Legislativo de São Paulo fosse forte, que trabalhasse, que apontasse, que apresentasse alternativas para aquela população, e certamente, o povo daquela cidade, daquele Estado, não identificaria ali o problema da crise.

Portanto, quando nós tomamos decisões equivocadas, como uma minoria que se impôs - às vezes, uma minoria se impõe à maioria - e derrubou o Projeto de Lei que acabava com o nepotismo, ontem, nesta Casa, devemos pensar qual o trabalho estamos construindo, qual a relação com a população estamos construindo e qual relação queremos construir.

Porque, com certeza, este era um passo real e efetivo no sentido de construir uma Casa Legislativa com maior respaldo da população.

Infelizmente, o povo de Porto Alegre, os Vereadores, as Vereadoras, todos nós, de todos os Partidos, perdemos com essa imposição de uma minoria de 4 sobre uma maioria de 23. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

(O Ver. Dr. Goulart reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação a priorização do Projeto de Resolução 072/06, com Emenda nº 01, e Bloco de Requerimentos nºs 087/06, 079/06, 080/06 acordados com as Lideranças. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2471/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 072/06, de autoria da Mesa Diretora, que estabelece política salarial para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda n. 01.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Paulo Odone: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,    § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 25-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o PR nº 072/06. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero chamar a atenção de que a Emenda nº 01, que não é da Mesa, não deve e não pode ser aprovada. O Projeto, sim, já deveria ter sido aprovado. A Emenda nº 01 foi de vários Vereadores, e o Parecer, no final, é contraditório. Então eu solicito aos meus Pares que aprovem o Projeto, rejeitem a Emenda, até porque vai prejudicar os servidores da Câmara Municipal. Um é política salarial, o outro é política de recursos humanos, e se for aprovado, de repente, o Tribunal de Contas, que já está querendo considerar tudo como salário, vai criar sérios problemas para a Casa e para os servidores. O vale-refeição deve ser discutido posteriormente, não neste momento aqui, por 33 centavos, ou 34 centavos.

Eu acho que nós devemos rejeitar a Emenda nº 01. Saúde e Paz!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PR nº 072/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 01 ao PR nº 072/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 13 votos SIM, 06 votos NÃO. A Emenda está rejeitada por falta de número de votos adequados. 

Em votação o Ofício nº 402, do Sr. Prefeito José Fogaça, solicitando a retirada de tramitação do PLE nº 024/05, que dá nova redação ao inciso VIII do art. 2º da Lei n.º 8.936/02, tendo em vista que já foi feita a alteração pela Lei nº 9.839/05 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.  

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 079/06 – (Proc. N. 2253/06 – Ver.ª Manuela d'Ávila) – requer Moção de Solidariedade a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região e à Juíza Federal Vânia Hack de Almeida, pela confirmação da sentença que reconhece o direito a revalidação do diploma de graduação em Medicina de Raquel Dani. (incluído em 15-05-06)

 

REQ. N. 080/06 – (Proc. N. 2254/06 – Ver.ª Manuela d'Ávila) – requer Moção de Solidariedade a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região e à Juíza Federal Vânia Hack de Almeida, pela confirmação da sentença que considerou legal o pagamento de pensão a companheiro homossexual de ex-funcionário público federal falecido. (incluído em 15-05-06)

 

REQ. N. 087/06 – (Proc. N. 2611/06 – Comissão de Educação, Cultura e Esportes – CECE) – requer Moção de Apoio à busca de local para colocação do acervo da Biblioteca Pública do Estado, durante a recuperação do prédio histórico, localizado na Rua Riachuelo 1190. (incluído em 17-05-06)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o Bloco de Requerimentos n.ºs 087/06, de autoria da CECE; 079/06, de autoria da Verª Manuela d’Ávila; 080/06, de autoria da Verª Manuela d’Ávila. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Encerrada a votação.

Informo aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que, por solicitação desta Presidência, dos gabinetes dos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon, Professor Garcia e também do SESC, estaremos participando do Dia do Desafio - o nosso Prefeito assinou com outras cidades e o SESC -, dia 31 de maio, às 14h, neste plenário. Estaremos desenvolvendo atividade física leve para estimular os trabalhadores da Casa, onde incluem-se os nobres Vereadores e Vereadoras, a praticarem atividades físicas em seu tempo livre, buscando um lazer sadio. A atividade terá duração de 15 minutos aqui no plenário. Contamos com a presença de todos e alertamos que os trajes devem ser os que usaremos para trabalhar.

Comunicamos ainda que esta Presidência estará lançando a proposta de criação do Setor de Lazer e Recreação da Casa, destinado aos trabalhadores e Vereadores. O Prof. Queiroga vai ser indicado para receber as propostas e encaminhar, junto aos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon e Professor Garcia, essa proposição.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h35min.)

 

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